Dia do Senhor 1
Que não pertenço a mim mesmo,1 mas pertenço, de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte,2 ao meu fiel Salvador Jesus Cristo.3
Ele pagou completamente todos os meus pecados com o seu sangue precioso4 e me libertou de todo o domínio do diabo.5
Ele também me guarda de tal maneira6 que, sem a von- tade do meu Pai celeste, nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça;7 na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação.8
Por isso, pelo seu Espírito Santo, ele também me as- segura a vida eterna9 e me faz disposto e pronto de coração para, de agora em diante, viver para ele.10
1. 1Co 6.19,20. 2. Rm 14.7-9. 3. 1Co 3.23; Tt 2.14. 4. 1Pe 1.18,19; 1Jo 1.7; 2.2. 5. Jo 8.34-36; Hb 2.14,15; 1Jo 3.8. 6. Jo 6.39,40; 10.27-30; 2Ts 3.3; 1Pe 1.5. 7. Mt 10.29-31; Lc 21.16-18. 8. Rm 8.28. 9. Rm 8.15,16; 2Co 1.21,22; 5.5; Ef 1.13,14. 10. Rm 8.14.
Resposta: Primeiro, como são grandes meus pecados e mi- séria;1
Segundo, de que modo sou liberto de todos os meus pecados e miséria;2
Terceiro, de que modo devo ser grato a Deus por tal libertação.3
1. Rm 3.9,10; 1Jo 1.10. 2. Jo 17.3; At 4.12; 10.43. 3. Mt 5.16; Rm 6.13; Ef 5.8-10; 1Pe 2.9,10.
PRIMEIRA PARTE
Resposta: Pela lei de Deus.1
1. Rm 3.20; 7.7-25.
Resposta: Aquilo que Cristo nos ensina resumidamente em Mateus 22.37-40: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.1 Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.2
1. Dt 6.5. 2. Lv 19.18.
Resposta: Não.1 Por natureza, sou inclinado a odiar a Deus e ao meu próximo.2
1. Rm 3.10,23; 1Jo 1.8,10. 2. Gn 6.5; 8.21; Jr 17.9; Rm 7.23; 8.7; Ef 2.3; Tt 3.3.
Resposta: Não, pelo contrário, Deus criou o homem bom1 e à sua imagem,2 isto é, em verdadeira justiça e santidade,3 de modo que ele pudesse conhecer corretamente a Deus, o seu Criador,4 amá-lo de coração, e viver com ele em eterna felicidade para o louvar e glorificar.5
1. Gn 1.31. 2. Gn 1.26,27. 3. Ef 4.24. 4. Cl 3.10. 5. Sl 8.
Resposta: Da queda e desobediência dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, no Paraíso.1 Pois ali a nossa natureza tor- nou-se de tal modo corrupta2 que somos todos concebidos e nascidos em pecado.3
1. Gn 3. 2. Rm 5.12,18,19. 3. Sl 51.5.
Resposta: Sim,1 a menos que sejamos gerados novamente pelo Espírito de Deus.2
1. Gn 6.5; 8.21; Jó 14.4; Is 53.6. 2. Jo 3.3-5.
Resposta: Não, pois Deus criou o homem de tal forma que este era capaz de cumprir essa lei.1 Mas o homem, sob a instigação do diabo,2 em desobediência deliberada,3 privou a si mesmo e a todos os seus descendentes desses dons.4
1. Gn 1.31. 2. Gn 3.13; Jo 8.44; 1Tm 2.13,14. 3. Gn 3.6. 4. Rm 5.12,18,19.
Resposta: Certamente que não, pois tanto o nosso pecado original quanto os nossos pecados presentes o deixam ter- rivelmente irado.
Por isso, ele os castigará com justo juízo, agora e eter- namente,1 conforme declarou:2 “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gl 3.10).
1. Gn 2.17; Êx 34.7; Sl 5.4-6; 7.11; Na 1.2; Rm 1.18; 5.12; Ef 5.6; Hb 9.27. 2. Dt 27.26.
Resposta: Deus é, verdadeiramente, misericordioso,1 mas também é justo.2
A sua justiça requer que o pecado cometido contra a sua suprema majestade seja castigado também com a pena mais severa, quer dizer, com o eterno castigo do corpo e da alma.3
1. Êx 20.6; 34.6,7; Sl 103.8,9. 2. Êx 20.5; 34.7; Dt 7.9-11; Sl 5.4-6; Hb 10.30,31. 3. Mt 25.45,46.
SEGUNDA PARTE
Resposta: Deus requer que a sua justiça seja satisfeita.1 Por isso, nós mesmos devemos satisfazer completamente essa justiça, ou outro deve fazer isso por nós.2
1. Êx 20.5; 23.7; Rm 2.1-11. 2. Is 53.11; Rm 8.3,4.
Resposta: Certamente que não. Pelo contrário, todos os dias aumentamos a nossa dívida.1
1. Sl 130.3; Mt 6.12; Rm 2.4,5.
Resposta: Não.
Primeiro, porque Deus não castigará outra criatura pelo pecado que o homem cometeu.1
Segundo, porque nenhuma mera criatura pode suportar o peso da ira eterna de Deus contra o pecado, nem libertar outros dessa ira.2
1. Ez 18.4,20; Hb 2.14-18. 2. Sl 130.3; Na 1.6.
Resposta: Alguém que seja homem verdadeiro1 e justo,2 e mais poderoso que todas as criaturas, isto é, alguém que seja ao mesmo tempo Deus verdadeiro.3
1. 1Co 15.21; Hb 2.17. 2. Is 53.9; 2Co 5.21; Hb 7.26. 3. Is 7.14; 9.6; Jr 23.6; Jo 1.1; Rm 8.3,4.
Resposta: Tem de ser homem verdadeiro, porque a justiça de Deus exige que a mesma natureza humana que pecou pague pelo pecado.1
Tem de ser homem justo, porque alguém que, por natureza, já é pecador, não pode pagar pelos pecados dos outros.2
1. Rm 5.12,15; 1Co 15.21; Hb 2.14-16. 2. Hb 7.26,27; 1Pe 3.18.
Resposta: Ele tem de ser Deus verdadeiro para que, pelo po- der da sua natureza divina,1 possa suportar em sua natureza humana o peso da ira de Deus,2 e conquistar e restituir para nós a justiça e a vida.3
1. Is 9.6. 2. Dt 4.24; Na 1.6; Sl 130.3. 3. Is 53.5,11; Jo 3.16; 2Co 5.21.
Resposta: O nosso Senhor Jesus Cristo,1 “o qual se nos
tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1Co 1.30).
1. Mt 1.21-23; Lc 2.11; 1Tm 2.5; 3.16.
Resposta: Pelo santo evangelho, que o próprio Deus revelou pela primeira vez no Paraíso.1
Depois, ele o proclamou pelos patriarcas2 e profetas,3 e o prefigurou pelos sacrifícios e outras cerimônias da lei.4 E, finalmente, o cumpriu por meio do seu único Filho.5
1. Gn 3.15. 2. Gn 12.3; 22.18; 49.10. 3. Is 53; Jr 23.5,6; Mc 7.18-20; At 10.43; Hb 1.1. 4. Lv 1-7; Jo 5.46; Hb 10.1-10. 5. Rm 10.4; Gl 4.4,5; Cl 2.17.
Resposta: Não. Só são salvos os que, pela verdadeira fé, são enxertados em Cristo1 e aceitam todos os seus benefícios.2
1. Rm 11.16-21. 2. Mt 7.14; Jo 1.12; 3.16,18,36.
Resposta: A verdadeira fé é a convicção com que aceito como verdade tudo aquilo que Deus nos revelou em sua Palavra.1 É também a firme certeza2 de que Deus garantiu — não só aos outros, mas também a mim3 — perdão de pecados, justiça eterna, e salvação4 por pura graça e somente pelos méritos de Cristo.5
O Espírito Santo opera essa fé em meu coração por meio do evangelho.6
1.Jo 17.3,17; Hb 11.1-3; Tg 2.19. 2. Rm 4.18.21; 5.1; 10.10; Hb 4.16. 3. Gl 2.20. 4. Rm 1.17; Hb 10.10. 5. Rm 3.20-26; Gl 2.16; Ef 2.8-10. 6. At 16.14: Rm 1.16; 10.17; 1Co 1.21.
Resposta: Em tudo que nos está prometido no evangelho1 e que nos é ensinado resumidamente pelos artigos da nossa fé cristã universal e indubitável.
1. Mt 28.19; Jo 20.30,31.
Resposta:
Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra;
e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;
que foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria;
padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno;
no terceiro dia ressurgiu dos mortos;
subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso;
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos;
Creio no Espírito Santo;
na santa igreja universal de Cristo, na comunhão dos santos;
na remissão dos pecados;
na ressurreição do corpo;
e na vida eterna. Amém.
Resposta: Em três partes:
A primeira parte nos ensina sobre Deus, o Pai, e a nossa criação;
A segunda parte nos ensina sobre Deus, o Filho, e a nossa redenção;
A terceira parte nos ensina sobre Deus, o Espírito Santo, e a nossa santificação.
Resposta: Porque o próprio Deus se revelou de tal maneira em sua Palavra2 que essas três Pessoas distintas são o único, verdadeiro e eterno Deus.
1. Dt 6.4; Is 44.6; 45.5; 1Co 8.4,6. 2. Gn 1.2,3; Is 61.1; 63.8- 10; Mt 3.16,17; 28.18,19; Lc 4.18; Jo 14.26; 15.26; 2Co 13.14; Gl 4.6; Tt 3.5,6.
Resposta: Creio que o eterno Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que criou do nada o céu e a terra e tudo o que neles há,1 e também os sustenta e governa por seu conselho e providência eternos,2 é o meu Deus e o meu Pai por causa do seu Filho Jesus Cristo.3
Creio nele tão completamente, que não tenho nenhuma dúvida de que ele me suprirá de tudo que é necessário ao corpo e à alma,4 e que também converterá em bem para mim toda a adversidade que me enviar nessa vida conturbada.5
Ele assim pode fazer porque é Deus Todo-Poderoso,6 mas o quer fazer porque é Pai Fiel.7
1. Gn 1; 2; Êx 20.11; Jó 38; 39; Sl 33.6; Is 44.24; At 4.24; 14.15. 2. Sl 104.27-30; Mt 6.30; 10.29; Ef 1.11; 3. Jo 1.12,13; Rm 8.15,16; Gl 4.4-7; Ef 1.5; 4. Sl 55.22; Mt 6.25,26; Lc 12.22-31. 5. Rm 8.28. 6. Gn 18.14; Rm 8.31-39. 7. Mt 6.32,33; 7.9-11.
Resposta: A providência de Deus é o seu onipotente e oni- presente poder,1 por meio do qual, com a sua mão, ele sus- tenta continuamente o céu e a terra e todas as criaturas,2 governando-os de tal modo que ervas e plantas, chuva e seca, abundância e escassez, comida e bebida, saúde e doença, riqueza e pobreza,3 na verdade, todas as coisas, não nos vêm por acaso,4 mas procedem da sua mão paternal.5
1. Jr 23.23,24; At 17.24-28. 2. Hb 1.3. 3. Jr 5.24; At 14.15- 17; Jo 9.3; Pv 22.2. 4. Pv 16.33. 5. Mt 10.29.
Resposta: Podemos ser pacientes na adversidade,1 agradeci- dos na prosperidade2 e, quanto ao futuro, podemos confiar firmemente em nosso Deus e Pai Fiel, porque criatura alguma poderá nos separar do seu amor;3 pois todas elas estão de tal modo em sua mão que, sem a sua vontade, elas não podem nem mesmo se mover.4
1. Jó 1.21,22; Sl 39.10; Tg 1.3. 2. Dt 8.10; 1Ts 5.18. 3. Sl 55.22; Rm 5.3-5; 8.38,39. 4. Jó 1.12; 2.6; Pv 21.1; At 17.24-28.
Resposta: Porque ele nos salva de todos os nossos pecados,1 e porque em nenhum outro devemos buscar ou podemos encontrar salvação.2
1. Mt 1.21; Hb 7.25. 2. Is 43.11; Jo 15.4,5; At 4.11,12; 1Tm 2.5.
Resposta: Não. Embora se gloriem nele com palavras, eles na verdade negam a Jesus como o único Salvador.1
Pois, das duas coisas, só uma é verdadeira: ou Jesus é um Salvador incompleto, ou aqueles que, pela verdadeira fé aceitam esse Salvador, têm que achar nele tudo o que é necessário para a sua salvação.2
1. 1Co 1.12,13; Gl 5.4. 2. Cl 1.19,20; 2.10; 1Jo 1.7.
Resposta: Porque ele foi ordenado por Deus, o Pai, e ungido com o Espírito Santo,1 para ser: nosso supremo Profeta e Mestre,2 que nos revelou completamente o propósito se- creto e a vontade de Deus quanto à nossa redenção;3 nosso único Sumo Sacerdote,4 o qual por um único sacrifício do seu corpo nos remiu5 e intercede continuamente por nós diante do Pai;6 e nosso Rei eterno,7 que nos governa pela sua Palavra e por seu Espírito, e que nos defende e preserva na redenção que ele conquistou para nós.8
1. Sl 45.7 (Hb 1.9); Is 61.1 (Lc 4.18); Lc 3.21,22. 2. Dt 18.15 (At 3.22). 3. Jo 1.18; 15.15. 4. Sl 110.4 (Hb 7.17). 5. Hb 9.12; 10.11-14. 6. Rm 8.34; Hb 9.24; 1Jo 2.1. 7. Zc 9.9 (Mt 21.5); Lc 1.33. 8. Mt 28.18-20; Jo 10.28; Ap 12.10,11.
Resposta: Porque, pela fé, sou membro de Cristo1 e, por isso, partilho da sua unção2 para poder: como profeta, confessar o seu nome;3 como sacerdote, apresentar a mim mesmo como sacrifício vivo de gratidão a ele;4 e, como rei, de livre e boa consciência, combater o pecado e o diabo nessa vida,5 e no porvir reinar eternamente com ele sobre todas as criaturas.6
1. 1Co 12.12-27. 2. Jl 2.28 (At 2.17); 1Jo 2.27. 3. Mt 10.32; Rm 10.9,10; Hb 13.15. 4. Rm 12.1; 1Pe 2.5,9. 5. Gl 5.16,17; Ef 6.11; 1Tm 1.18,19. 6. Mt 25.34; 2Tm 2.12.
Resposta: Porque somente Cristo é, por natureza, o eterno Filho de Deus.1
Nós, porém, somos filhos de Deus por adoção, pela graça, por causa de Cristo.2
1. Jo 1.1-3,14,18; 3.16; Rm 8.32; Hb 1; 1Jo 4.9. 2. Jo 1.12; Rm 8.14-17; Gl 4.6; Ef 1.5,6.
Resposta: Porque ele nos comprou e nos resgatou, corpo e alma,1 de todos os nossos pecados, não com ouro nem prata, mas com o seu precioso sangue,2 e nos libertou de todo o domínio do diabo para nos tornar sua possessão.3
1. 1Co 6.20; 1Tm 2.5,6. 2. 1Pe 1.18,19. 3. Cl 1.13,14; Hb 2.14,15.
Resposta: O eterno Filho de Deus, que é e permanece Deus verdadeiro e eterno,1 tomou sobre si a verdadeira natureza humana da carne e do sangue da virgem Maria,2 pela operação do Espírito Santo.3
Por isso, ele é também a verdadeira semente de Davi,4 semelhante a seus irmãos em tudo,5 porém sem pecado.6
1. Jo 1.1; 10.30-36; Rm 1.3; 9.5; Cl 1.15-17; 1Jo 5.20. 2. Mt 1.18-23; Jo 1.14; Gl 4.4; Hb 2.14. 3. Lc 1.35. 4. 2Sm 7.12-16; Sl 132.11; Mt 1.1; Lc 1.32; Rm 1.3. 5. Fp 2.7; Hb 2.17. 6. Hb 4.15; 7.26,27.
Resposta: Ele é o nosso Mediador,1 e com a sua inocência e perfeita santidade cobre, aos olhos de Deus, o meu pecado, no qual fui concebido e nascido.2
1. 1Tm 2.5,6; Hb 9.13-15. 2. Rm 8.3,4; 2Co 5.21; Gl 4.4,5; 1Pe 1.18,19.
Resposta: Durante todo o tempo em que viveu sobre a terra, e especialmente no final, Cristo suportou, no corpo e na alma, a ira de Deus contra o pecado de toda a raça humana.1
Assim, por seu sofrimento, como o único sacrifício de expiação,2 ele redimiu o nosso corpo e a nossa alma da condenação eterna3 e conquistou para nós a graça de Deus, a justiça e a vida eterna.4
1. Is 53; 1Tm 2.6; 1Pe 2.24; 3.18. 2. Rm 3.25; 1Co 5.7; Ef 5.2; Hb 10.14; 1Jo 2.2; 4.10. 3. Rm 8.1-4; Gl 3.13; Cl 1.13; Hb 9.12; 1Pe 1.18,19. 4. Jo 3.16; Rm 3.24-26; 2Co 5.21; Hb 9.15.
Resposta: Embora inocente, Cristo foi condenado por um juiz terreno,1 e assim ele nos livrou do severo juízo de Deus que haveria de cair sobre nós.2
1. Lc 23.13-24; Jo 19.4,12-16. 2. Is 53.4,5; 2Co 5.21; Gl 3.13.
Resposta: Sim. Por causa disso, tenho a certeza de que ele levou sobre si a maldição que estava sobre mim, pois quem era crucificado era maldito de Deus.1
1. Dt 21.23; Gl 3.13.
Resposta: Por causa da justiça e da verdade de Deus,1 a sa- tisfação pelos nossos pecados não poderia ocorrer de outra forma senão pela morte do Filho de Deus.2
1. Gn 2.17. 2. Rm 8.3; Fp 2.8; Hb 2.9,14,15.
Resposta: O seu sepultamento testifica que ele realmente morreu.1
1. Is 53.9; Jo 19.38-42; At 13.29; 1Co 15.3,4.
Resposta: A nossa morte não é o pagamento pelos nossos pecados,1 mas ela põe um fim aos nossos pecados e é a en- trada para a vida eterna.2
1. Mc 8.37; 2. Jo 5.24; Rm 7.24,25; Fp 1.23.
Resposta: Pela morte de Cristo, a nossa velha natureza é crucificada, morta e sepultada com ele,1 para que os desejos malignos da carne não reinem mais sobre nós,2 e possamos nos oferecer a ele como sacrifício de gratidão.3
1. Rm 6.5-11; Cl 2.11-12. 2. Rm 6.12-14. 3. Rm 12.1; Ef 5.1,2.
Resposta: A angústia, a dor, o terror e a agonia indizíveis que Cristo suportou em todos os seus sofrimentos,1 espe- cialmente na cruz, dão-me a certeza e consolo de que, por maiores que sejam as minhas tristezas e tentações, ele me livrou da angústia e do tormento do inferno.2
1. Sl 18.5,6; 116.3; Mt 26.36-46; 27.45,46; Hb 5.7-10. 2. Is 53.
Resposta: Primeiro, pela ressurreição, Cristo venceu a morte para nos tornar participantes da justiça que ele conquistou para nós pela sua morte.1
Segundo, pelo seu poder, nós também somos ressus- citados para uma nova vida.2
Terceiro, a ressurreição de Cristo é, para nós, a garantia da nossa ressurreição gloriosa.3
1. Rm 4.25; 1Co 15.16-20; 1Pe 1.3-5. 2. Rm 6.5-11; Ef 2.4-6;Cl 3.1-4. 3. Rm 8.11; 1Co 15.12-23; Fp 3.20,21.
Resposta: Que Cristo, à vista dos seus discípulos, foi levado da terra ao céu,1 e que lá está para o nosso benefício,2 até que venha novamente para julgar os vivos e os mortos.3
1. Mc 16.19; Lc 24.50,51; At 1.9-11. 2. Rm 8.34; Hb 4.14; 7.23-25; 9.24. 3. Mt 24.30; At 1.11.
Resposta: Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Segundo sua natureza humana, ele não está mais na terra,2 mas segundo a sua natureza divina, majestade, graça e Es- pírito, jamais se ausentou de nós.3
1. Mt 28.20. 2. Mt 26.11; Jo 16.28; 17.11; At 3.19-21; Hb 8.4. 3. Mt 28.18-20; Jo 14.16-19; 16.13.
Resposta: De maneira nenhuma, pois a sua divindade é ilimi- tada e está presente em toda parte.1 Por isso, conclui-se que, apesar da sua natureza divina ultrapassar a natureza humana que ele assumiu, ela está dentro dessa natureza humana e a ela permanece unida como pessoa.2
1. Jr 23.23,24; At 7.48,49. 2. Jo 1.14; 3.13; Cl 2.9.
Resposta: Primeiro, ele é o nosso Advogado no céu diante do Pai.1
Segundo, temos a nossa carne no céu como a garantia segura de que ele, o nosso Cabeça, também nos levará para si, como membros seus.2
Terceiro, ele nos enviou o seu Espírito como penhor,3 pelo poder do qual buscamos as coisas do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus, e não as que são da terra.4
1. Rm 8.34; 1Jo 2.1. 2. Jo 14.2; 17.24; Ef 2.4-6. 3. Jo 14.16; At 2.33; 2Co 1.21,22; 5.5; Ef 1.13,14. 4. Cl 3.1-4.
Resposta: Porque Cristo ascendeu ao céu para manifestar-se lá como o Cabeça da sua igreja,1 e é por meio dele que o Pai governa todas as coisas.2
1. Ef 1.20-23; Cl 1.18. 2. Mt 28.18; Jo 5.22,23.
Resposta: Primeiro, pelo seu Espírito Santo, ele derrama sobre nós, seus membros, os dons celestiais.1
Segundo, pelo seu poder, ele nos defende e nos preserva de todos os inimigos.2
1. At 2.33; Ef 4.7-12. 2. Sl 2.9; 110.1,2; Jo 10.27-30; Ap 19.11-16.
Resposta: Que em todas as minhas aflições e nas persegui- ções, eu, de cabeça erguida e cheio de ânimo, espero vir do céu, como Juiz, aquele mesmo que antes se submeteu ao juízo de Deus por minha causa, e removeu de sobre mim toda a maldição.1
Ele lançará todos os seus e meus inimigos na condena- ção eterna, mas levará para si mesmo, para a alegria e glória celestiais, a mim e a todos os seus escolhidos.2
1. Lc 21.28; Rm 8.22-25; Fl 3.20,21; Tt 2.13,14. 2. Mt 25.31- 46; 1Ts 4.16,17; 2Ts 1.6-10.
Resposta: Primeiro, creio que ele é verdadeiro e eterno Deus, juntamente com o Pai e o Filho.1
Segundo, creio que ele foi dado também a mim2 para, pela verdadeira fé, me tornar participante de Cristo e de todos os seus benefícios,3 para me consolar,4 e para permanecer comigo para sempre.5
1. Gn 1.1,2; Mt 28.19; At 5.3,4; 1Co 3.16. 2. 1Co 6.19; 2Co 1.21,22; Gl 4.6; Ef 1.13. 3. Gl 3.14; 1Pe 1.2. 4. Jo 15.26; At 9.31. 5. Jo 14.16,17; 1Pe 4.14.
Resposta: Creio que, desde o começo até o fim do mundo,1 o Filho de Deus2 reúne para si mesmo,3 dentre todo o gênero humano,4 uma igreja eleita para a vida eterna,5 a qual protege e preserva na unidade da verdadeira fé,6 pelo seu Espírito e pela sua Palavra.7
E creio que eu sou8 e serei para sempre um membro vivo dela.9
1. Is 59.21; 1Co 11.26. 2. Jo 10.11; At 20.28; Ef 4.11-13; Cl 1.18. 3. Sl 129.1-5; Mt 16.18; Jo 10.28-30. 4. Gn 26.4; Ap 5.9. 5. Rm 8.29; Ef 1.3-14. 6. At 2.42-47; Ef 4.1-6. 7. Rm 1.16; 10.14-17; Ef 5.26. 8. 1Jo 3.14,19-21. 9. Sl 23.6; Jo 10.27,28; 1Co 1.4-9; 1Pe 1.3-5.
Resposta: Primeiro, creio que todos os crentes, juntos e cada um em particular, como membros de Cristo, têm comunhão com ele e participam de todos os seus tesouros e dons.1
Segundo, creio que cada um tem o dever de usar os seus dons com disposição e alegria para o benefício e o bem-estar dos outros membros.2
1. Rm 8.32; 1Co 6.17; 12.4-7,12,13; 1Jo 1.3. 2. Rm 12.4-8; 1Co 12.20-27; 13.1-7; Fp 2.4-8.
Resposta: Creio que Deus, por causa da satisfação que Cristo realizou, não se lembrará mais dos meus pecados1 nem da minha natureza pecaminosa, contra a qual devo lutar duran- te toda a minha vida,2 mas me concederá graciosamente a justiça de Cristo, para que eu jamais entre em condenação.3
1. Sl 103.3,4,10,12; Mq 7.18,19; 2Co 5.18-21; 1Jo 1.7; 2.2. 2. Rm 7.21-25. 3. Jo 3.17,18; 5.24; Rm 8.1,2.
Resposta: Que, depois desta vida, não apenas a minha alma será levada imediatamente para Cristo, meu Cabeça,1 mas que também esta minha carne, ressuscitada pelo poder de Cristo, será reunida à minha alma e feita à semelhança do corpo glorioso de Cristo.2
1. Lc 16.22; 23.43; Fp 1.21-23. 2. Jó 19.25,26; 1Co 15.20,42- 46,54; Fp 3.21; 1Jo 3.2.
Resposta: Já agora sinto em meu coração o princípio da alegria eterna,1 pois, depois desta vida, obterei a perfeita bem-aventurança que nenhum olho jamais viu, nem ouvido ouviu, nem o coração humano pode conceber. Uma bem-a- venturança para se louvar a Deus eternamente.2
1. Jo 17.3; Rm 14.17; 2Co 5.2,3. 2. Jo 17.24; 1Co 2.9.
Resposta: O proveito é que, em Cristo, sou justo diante de Deus e herdeiro da vida eterna.1
1. Hc 2.4; Jo 3.36; Rm 1.17; 5.1,2.
Resposta: Somente pela verdadeira fé em Jesus Cristo.1 Embora a minha consciência me acuse de haver pecado gra- vemente contra os mandamentos de Deus, sem nunca ter obedecido nem sequer um deles2 e de ainda ser inclinado a todo o mal,3 Deus, no entanto, sem que houvesse em mim qualquer mérito próprio,4 somente pela sua graça,5 impu- ta-me a perfeita satisfação, justiça e santidade de Cristo.6
Deus me concede isso como se eu nunca tivesse tido ou cometido pecado algum, e como se eu mesmo tivesse cumprido toda a obediência que Cristo cumpriu por mim,7 se tão somente eu aceitar esse dom crendo fielmente com o coração.8
1. Rm 3.21-28; Gl 2.16; Ef 2.8,9; Fp 3.8-11. 2. Rm 3.9,10. 3. Rm 7.23. 4. Dt 9.6; Ez 36.22; Tt 3.4,5. 5. Rm 3.24; Ef 2.8. 6. Rm 4.3-5; 2Co 5.17-19; 1Jo 2.1,2. 7. Rm 4.24,25; 2Co 5.21. 8. Jo 3.18; At 16.30,31; Rm 3.22.
Resposta: Eu digo isso não porque sou agradável a Deus gra- ças ao valor da minha fé, pois somente a satisfação, a justiça e a santidade de Cristo é a minha justiça diante de Deus.1
É somente pela fé que posso receber e fazer dessa justiça a minha própria justiça.2
1. 1Co 1.30,31; 2.2. 2. Rm 10.10; 1Jo 5.10-12.
Resposta: Porque a justiça que pode subsistir diante do juízo de Deus deve ser absolutamente perfeita e totalmente de acordo com a sua lei;1 entretanto, até mesmo as nossas melhores obras nesta vida são todas imperfeitas e contami- nadas com o pecado.2
1. Dt 27.26; Gl 3.10. 2. Is 64.6.
Resposta: Essa recompensa não é por mérito, mas é um dom de graça.2
1. Mt 5.12; Hb 11.6. 2. Lc 17.10; 2Tm 4.7,8.
Resposta: Não, pois é impossível que os que são enxerta- dos em Cristo pela verdadeira fé não produzam frutos de gratidão.1
1. Mt 7.18; Lc 6.43-45; Jo 15.5.
Resposta: Vem do Espírito Santo,1 que a opera em nosso coração pela pregação do evangelho,2 e a fortalece pelo uso dos sacramentos.3
1. Jo 3.5; 1Co 2.10-14; Ef 2.8; Fp 1.29. 2. Rm 10.17; 1Pe 1.23-25. 3. Mt 28.19,20; 1Co 10.16.
Resposta: Os sacramentos são sinais e selos santos e visíveis. Foram instituídos por Deus para que, pelo uso deles,
ele pudesse, o mais claramente possível, nos declarar e selar a promessa do evangelho.1
E esta é a promessa: que Deus nos concede graciosa- mente perdão de pecados e vida eterna por causa do único sacrifício de Cristo ofertado na cruz.2
1. Gn 17.11; Dt 30.6; Rm 4.11. 2. Mt 26.27,28; At 2.38; Hb 10.10.
Resposta: Sim, pois o Espírito Santo nos ensina no evangelho e nos garante pelos sacramentos que toda a nossa salvação baseia-se no sacrifício único de Cristo por nós na cruz.1
1. Rm 6.3; 1Co 11.26; Gl 3.27.
Resposta: Dois: o santo batismo e a santa ceia.1
1. Mt 28.19,20; 1Co 11.23-26.
Resposta: Do seguinte modo:
Cristo instituiu esse lavar exterior1 e, com ele, deu a promessa de que, tão certo como a água remove a sujeira do corpo, assim também o seu sangue e Espírito removem a impureza da minha alma, isto é, todos os meus pecados.2
1. Mt 28.19. 2. Mt 3.11; Mc 16.16; Jo 1.33; At 2.38; Rm 6.3,4; 1Pe 3.21.
Resposta: Ser lavado com o sangue de Cristo significa receber de Deus o perdão de pecados, por meio da graça, por causa do sangue de Cristo derramado por nós em seu sacrifício na cruz.1
Ser lavado com o seu Espírito significa ser renovado pelo Espírito Santo e santificado para sermos membros de Cristo, para que morramos mais e mais para o pecado e vivamos uma vida santa e irrepreensível.2
1. Ez 36.25; Zc 13.1; Ef 1.7; Hb 12.24; 1Pe 1.2; Ap 1.5; 7.14. 2. Jo 3.5-8; Rm 6.4; 1Co 6.11; Cl 2.11,12.
Resposta: Na instituição do batismo, onde ele afirma:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, ba- tizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).
“Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16).
Essa promessa se repete onde a Escritura chama o batismo de lavar regenerador e de purificação dos pecados (Tt 3.5; At 22.16).
Resposta: Não, pois somente o sangue de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todo o pecado.1
1. Mt 3.11; 1Pe 3.21; 1Jo 1.7.
Resposta: Deus fala assim por razões muito importantes. Ele nos quer ensinar que o sangue e o Espírito de Cristo removem os nossos pecados, assim como a água remove a sujeira do corpo.1 Porém, ainda mais importante, ele nos quer assegurar por meio dessa garantia e sinal divinos que somos tão verdadeiramente purificados espiritualmente dos nossos pecados, assim como somos fisicamente lavados com a água.2
1. 1Co 6.11; Ap 1.5; 7.14. 2. Mt 16.16; At 2.38; Rm 6.3,4; Gl 3.27.
Resposta: Sim.
Assim como os adultos, as crianças pertencem à aliança e à igreja de Deus.1
Através do sangue de Cristo, a redenção do pecado e o Espírito Santo, que opera a fé, são prometidos a elas, da mesma forma que aos adultos. 2
Portanto, por meio do batismo, como sinal da aliança, elas devem ser enxertadas na igreja de Cristo e distinguidas dos filhos dos incrédulos.3
Na velha aliança, isso era feito pela circuncisão,4 que, na nova aliança, foi substituída pela instituição do batismo.5
1.Gn 17.7; Mt 19.14. 2. Sl 22.10; Is 44.1-3; At 2.38,39; 16.31. 3. At 10.47; 1Co 7.14. 4. Gn 17.9-14. 5. Cl 2.11-13.
Resposta: Do seguinte modo:
Cristo ordenou-me, e a todos os crentes, comer do pão partido e beber do cálice, em sua memória.
Juntamente com esse mandamento, ele deu as seguintes promessas:1
Primeira, tão certo como vejo com os meus olhos o pão do Senhor partido por mim e o seu cálice dado a mim, assim também foi o seu corpo ofertado por mim e o seu sangue derramado por mim na cruz.
Segunda, tão certamente quanto recebo das mãos do ministro e provo com a minha boca o pão e o cálice do Se- nhor como sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo, assim também ele mesmo, com o seu corpo crucificado e o seu sangue derramado, alimenta e nutre a minha alma para a vida eterna.
1. Mt 26.26-28; Mc 14.22-24; Lc 22.19,20; 1Co 11.23-25.
Resposta: Primeiro, aceitar de todo coração todo o sofri- mento e morte de Cristo, e assim receber o perdão dos pecados e a vida eterna.1
Segundo, ser unido cada vez mais ao santo corpo de Cristo pelo Espírito Santo, que vive tanto nele quanto em nós.2
Portanto, embora Cristo esteja no céu3 e nós estejamos na terra, somos carne da sua carne e osso dos seus ossos,4 e vivemos eternamente e somos governados por um único Espírito, assim como os membros do nosso corpo o são por uma única alma.5
1. Jo 6.35,40,47-54. 2. Jo 6.55,56; 1Co 12.13 3. At 1.9- 11; 3.21; 1Co 11.26; Cl 3.1. 4. 1Co 6.15,17; Ef 5.29,30; 1Jo 4.13. 5. Jo 6.56-58; 15.1-6; Ef 4.15,16; 1Jo 3.24.
Resposta: Na instituição da ceia do Senhor:
“O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1Co 11.23-26).
O Apóstolo Paulo já havia se referido a essa promessa
quando disse:
“Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos parti- cipamos do único pão” (1Co 10.16,17).
Resposta: Não.
Do mesmo modo que a água do batismo não se trans- forma no sangue de Cristo, nem é a própria purificação dos pecados, mas é simplesmente um sinal e uma garantia disso da parte de Deus,1 assim também o pão na ceia do Senhor não se transforma no próprio corpo de Cristo,2 embora seja chamado de corpo de Cristo,3 conforme a natureza e o uso dos sacramentos.4
1. Ef 5.26; Tt 3.5. 2. Mt 26.26-29. 3. 1Co 10.16,17; 11.26- 28. 4. Gn 17.10,11; Êx 12.11,13; 1Co 10.3,4; 1Pe 3.21.
Resposta: Cristo fala dessa maneira por um motivo impor- tante:
Ele quer nos ensinar pela sua ceia que, do mesmo modo como o pão e o vinho nos sustentam a vida temporal, assim também o seu corpo crucificado e o seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e a verdadeira bebida de nossa alma para a vida eterna.1
E, ainda mais, por esse sinal e garantia visíveis ele nos quer assegurar: primeiro, que pela operação do Espírito Santo nós participamos do seu verdadeiro corpo e sangue, tão certo como recebemos com a nossa boca esses santos sinais em memória dele;2 segundo, que todo o seu sofrimento e obediência são nossos, tão certo como se nós mesmos tivéssemos sofrido e pago por nossos pecados.3
1. Jo 6.51,55. 2. 1Co 10.16,17; 11.26. 3. Rm 6.5-11.
Resposta: A ceia do Senhor nos testifica, primeiramente, que temos o perdão completo de todos os nossos pecados pelo único sacrifício de Jesus Cristo, que ele mesmo, de uma vez por todas, realizou na cruz;1 em segundo lugar, que pelo Espírito Santo somos enxertados em Cristo,2 o qual está agora no céu em seu corpo verdadeiro, à mão direita do Pai,3 e é onde ele quer ser adorado.4
No entanto, a missa ensina, primeiro, que nem os vi- vos nem os mortos têm o perdão de pecados por meio do sofrimento de Cristo, se ele não for ainda sacrificado dia- riamente em favor deles pelos sacerdotes; e, segundo, que Cristo está presente corporalmente na forma do pão e do vinho, e neles deve ser adorado.
A missa, portanto, não é outra coisa senão a negação do único sacrifício e sofrimento de Jesus Cristo, e é uma idolatria maldita.
1. Mt 26.28; Jo 10.30; Hb 7.26,27; 9.12,25,26; 10.10-18. 2. 1Co 6.17; 10.16,17. 3. Jo 20.17; At 7.55,56; Hb 1.3; 8.1. 4. Jo 4.21-24; Fp 3.20; Cl 3.1; 1Ts 1.10.
Resposta: Aqueles que, verdadeiramente, estão descontentes consigo mesmos por causa dos seus pecados e que, mesmo assim, confiam que eles lhes foram perdoados, e que o mal que ainda resta neles está coberto pelo sofrimento e morte de Cristo, e que também desejam, cada vez mais, fortalecer a sua fé e corrigir a sua vida.
Mas os hipócritas e os que não se arrependem comem e bebem juízo para si mesmos.1
1. 1Co 10.19-22; 11.26-32.
Resposta: Não, porque a aliança de Deus seria profanada e a sua ira se acenderia contra toda a congregação.1
Por isso, de acordo com o mandamento de Cristo e de seus apóstolos, a igreja cristã tem o dever de excluir tais pessoas pelas chaves do reino dos céus, até que corrijam a sua vida.
1. Sl 50.16; Is 1.11-17; 1Co 11.17-34.
Resposta: A pregação do santo evangelho e a disciplina eclesiástica.
É por esses dois meios que o reino dos céus se abre para os que creem e se fecha para os incrédulos.1
1.Mt 16.19; Jo 20.21-23.
Resposta: De acordo com o mandamento de Cristo, o reino dos céus se abre quando se proclama e se testifica publica- mente a todo o crente — individual ou coletivamente — que Deus de fato perdoou todos os seus pecados por causa dos méritos de Cristo, sempre que aceitam a promessa do evangelho com fé verdadeira.
O reino dos céus se fecha quando se proclama e se testifica a todos os incrédulos e hipócritas que, enquanto não se arrependerem, a ira de Deus e a condenação eterna permanecem sobre eles.
Segundo esse testemunho do evangelho, Deus os julgará tanto nesta vida quanto na vida porvir.1
1.Mt 16.19; Jo 3.31-36; 20.21-23.
Resposta: De acordo com o mandamento de Cristo, aqueles que se chamam de cristãos, mas que se mostram não-cristãos na doutrina ou na vida, devem ser, em primeiro lugar e de modo fraternal, admoestados mais de uma vez.
Se não abandonarem seus erros nem sua impiedade, devem ser denunciados à igreja, isto é, aos presbíteros.
Se também não derem ouvidos às admoestações deles, serão proibidos de participar dos sacramentos e excluídos da congregação cristã, pelos presbíteros, e do reino de Cristo, pelo próprio Deus.1
Serão novamente recebidos como membros de Cristo e da igreja, quando prometerem e demonstrarem verdadeiro arrependimento.2
1. Mt 18.15-20; 1Co 5.3-5; 11-13; 2Ts 3.14,15. 2. Lc 15.20- 24; 2Co 2.6-11.
Resposta: Porque Cristo, tendo nos remido pelo seu sangue, também nos renova por seu Espírito Santo à sua imagem para que, com toda a nossa vida, mostremo-nos gratos a Deus por seus benefícios,1 e para que ele seja louvado por nós.2
Além disso, para que tenhamos a certeza da nossa fé por causa dos seus frutos,3 e para que, pelo novo viver piedoso, possamos ganhar nosso próximo para Cristo.4
1. Rm 6.13; 12.1,2; 1Pe 2.5-10. 2. Mt 5.16; 1Co 6.19,20. 3. Mt 7.17,18; Gl 5.22-24; 2Pe 1.10,11. 4. Mt 5.14-16; Rm 14.17- 19; 1Pe 2.12; 3.1,2.
Resposta: Não, de modo nenhum.
A Escritura diz que nenhum impuro, idólatra, adúl- tero, ladrão, avarento, bêbado, maldizente, assaltante ou semelhante herdará o reino dos céus.1
1. 1Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5,6; Jo 3.14.
Resposta: É a morte da velha natureza e a ressurreição da nova natureza.1
1. Rm 6.1-11; 1Co 5.7; 2Co 5.17; Ef 4.22-24; Cl 3.5-10.
Resposta: É a profunda e sincera tristeza por termos ofendido a Deus com os nossos pecados, e cada vez mais abominá-los e fugir deles.1
1. Sl 51.3,4,17; Jl 2.12,13; Rm 8.12,13; 2Co 7.10.
Resposta: É a alegria sincera em Deus por Cristo,1 e o amor e o deleite de viver segundo a vontade de Deus em todas as boas obras.2
1. Sl 51.8,12; Is 57.15; Rm 5.1; 14.17. 2. Rm 6.10,11; Gl 2.20.
Resposta: Somente aquelas que são feitas pela verdadeira fé,1 em conformidade com a lei de Deus2 e para a sua glória,3 e não aquelas que se baseiam na nossa própria opinião ou em preceitos de homens.4
1. Jo 15.5; Rm 14.23; Hb 11.6. 2. Lv 18.4; 1Sm 15.22; Ef 11.6. 3. 1Co 10.31. 4. Dt 12.32; Is 29.13; Ez 10.18,19; Mt 15.7-9.
Resposta: Então, falou Deus todas estas palavras:1
Prólogo: Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Primeiro Mandamento: Não terás outros deuses diante de mim.
Segundo Mandamento: Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto: porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
Terceiro Mandamento: Não tomarás o nome do Se– nhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por ino- cente o que tomar o seu nome em vão.
Quarto Mandamento: Lembra-te do dia de sábado,* para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu ser- vo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.
Quinto Mandamento: Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
Sexto Mandamento: Não matarás. Sétimo Mandamento: Não adulterarás. Oitavo Mandamento: Não furtarás.
Nono Mandamento: Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Décimo Mandamento: Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.
1. Êx 20.1-17; Dt 5.6-21.
* Do hebraico shabbath, que significa “cessar”, “parar”, “descansar”.
Resposta: Em duas partes:
A primeira nos ensina como viver com relação a Deus; A segunda, que deveres temos para com o nosso próximo.1
1. Mt 22.37-40.
Resposta: Que, por amor à minha salvação, devo evitar e fugir de toda idolatria,1 feitiçaria, superstição2 e invocação a santos ou a outras criaturas.3
Devo corretamente conhecer o único e verdadeiro Deus,4 confiar somente nele,5 submeter-me a ele em toda humildade6 e paciência,7 e esperar todo o bem somente dele.8 Também devo amar,9 temer10 e honrar11 a Deus de todo o meu coração.
Em resumo, é preferível repudiar todas as criaturas a fazer qualquer coisa, por menor que seja, contra a sua vontade.12
1. 1Co 6.9,10; 10.5-14; 1Jo 5.21. 2. Lv 19.31; Dt 18.9-12. 3. Mt 4.10; Ap 19.10; 22.8,9. 4. Jo 17.3. 5. Jr 17.5,7. 6. 1Pe 5.5,6. 7. Rm 5.3,4; 1Co 10.10; Fp 2.14; Cl 1.11; Hb 10.36. 8. Sl 104.27,28; Is 45.7; Tg 1.17. 9. Dt 6.5; (Mt 22.37). 10. Dt 6.2; Sl 111.10; Pv 1.7; 9.10; Mt 10.28; 1Pe 1.17. 11. Dt 6.13; (Mt 4.10); Dt 10.20. 12. Mt 5.29,30; 10.37-39; At 5.29.
Resposta: Idolatria é ter ou inventar algo em que colocar a nossa confiança em lugar, ou ao lado, do único e verdadeiro Deus que se revelou em sua Palavra.1
1. 1Cr 16.26; Gl 4.8,9; Ef 5.5; Fp 3.19.
Resposta: Que não façamos imagem de Deus em hipótese alguma,1 nem o adoremos de modo diferente daquele que ele nos ordenou em sua Palavra.2
1. Dt 4.15-19; Is 40.18-25; At 17.29; Rm 1.23. 2. Lv 10.1-7; Dt 12.30; 1Sm 15.22,23; Mt 15.9; Jo 4.23,24.
Resposta: Deus não pode nem deve ser visivelmente re- presentado de nenhuma maneira. As criaturas podem ser representadas, mas Deus nos proíbe fazer ou ter imagens delas para adorá-las, ou para servi-lo por meio delas.1
1. Êx 34.13,14,17; Nm 33.52; 2Rs 18.4,5; Is 40.25.
Resposta: Não, pois não devemos querer ser mais sábios do que o próprio Deus. Ele não quer que o seu povo seja ensinado por meio de ídolos mudos,1 mas pela pregação viva da sua Palavra.2
1. Jr 10.8; Hc 2.18-20. 2. Rm 10.14,15,17; 2Tm 3.16,17; 2Pe 1.19.
Resposta: Que não blasfememos nem façamos mau uso do Nome de Deus por maldição,1 perjúrio2 ou votos desne- cessários,3 e que não participemos, por omissão silenciosa, desses terríveis pecados.4 Em vez disso, devemos usar o santo Nome de Deus somente com temor e reverência,5 para que possamos confessá-lo corretamente,6 invocá-lo7 e glorificá-lo com todas as nossas palavras e obras.8
1. Lv 24.10-17. 2. Lv 19.12. 3. Mt 5.37; Tg 5.12. 4. Lv 5.1; Ef 5.11; Pv 29.24. 5. Sl 99.1-5; Is 45.23; Jr 4.2. 6. Mt 10.32,33; Rm 10.9,10. 7. Sl 50.14,15; 1Tm 2.8. 8. Rm 2.24; Cl 3.17; 1Tm 6.1.
Resposta: Certamente que sim.1 Porque nenhum pecado é maior nem provoca mais a ira de Deus do que blasfemar o seu Nome.
É por isso que ele ordenou que esse pecado fosse pu- nido com a morte.2
1. Lv 5.1. 2. Lv 24.16.
Resposta: Sim, quando o governo o exige de seus súditos, ou quando a necessidade o exige para que se guarde e se promova a fidelidade e a verdade, para a glória de Deus e o bem do nosso próximo.
o catecismo de heidelberg 99
Esse tipo de juramento tem por base a Palavra de Deus1 e foi assim utilizado da maneira correta pelos santos do Velho e do Novo Testamentos.2
1. Dt 6.13; 10.20; Jr 4.1,2; Hb 6.16. 2. Gn 21.24; 31-53; Js 9.15; 1Sm 24.22; 1Rs 1.29,30; Rm 1.9; 2Co 1.23.
Resposta: Não. Um juramento legítimo é uma invocação a Deus para que ele, o único que conhece o coração, sirva como testemunha da verdade e que me castigue se eu jurar falsamente.1 Nenhuma criatura é digna de tal honra.2
1. Rm 9.1; 2Co 1.23. 2. Mt 5.34-37; 23.16-22; Tg 5.12.
Resposta: Primeiro, que o ministério do evangelho e as escolas cristãs sejam mantidos,1 e que eu, especialmente no Dia de Descanso, seja diligente em ir à igreja de Deus2 para ouvir a Palavra de Deus,3 participar dos sacramentos,4 invocar publicamente ao Senhor5 e praticar a caridade cristã para com os necessitados.6
Segundo, que em todos os dias da minha vida eu cesse as minhas más obras, deixe o Senhor operar em mim por seu Espírito Santo e, assim, começar nesta vida o descanso eterno.7
1. Dt 6.4-9; 20-25; 1Co 9.13,14; 2Tm 2.2; 3.13-17; Tt 1.5. 2. Dt 12.5-12; Sl 40.9,10; 68.26; At 2.42-47; Hb 10.23-25. 3. Rm 10.14-17; 1Co 14.26-33; 1Tm 4.13. 4. 1Co 11.23,24. 5. Cl 3.16; 1Tm 2.1. 6. Sl 50.14; 1Co 16.2; 2Co 8.9. 7. Is 66.23; 4.9-11.
Resposta: Que eu demonstre toda honra, amor e fidelidade ao meu pai e à minha mãe, e a todos os meus superiores; que eu me submeta devidamente à sua boa instrução e disciplina,1 e que também seja paciente com as suas fraquezas e defeitos,2 pois é a vontade de Deus nos governar pelas mãos deles.3
1. Êx 21.17; Pv 1.8; 4.1; Rm 13.1,2; Ef 5.21,22; 6.1-9; Cl 3.18- 4.1. 2. Pv 20.20; 23.22; 1Pe 2.18. 3. Mt 22.21; Rm 13.1-8; Ef 6.1-9; Cl 3.18-21.
Resposta: Que eu não devo, por mim mesmo ou através de outros, desonrar, odiar, injuriar ou matar o meu próximo por pensamentos, palavras, ou gestos, e muito menos por ações;1 antes, devo fazer morrer todo desejo de vingança.2 Além disso, não devo me fazer mal nem me expor leviana- mente ao perigo.3 Por isso, também, o governo empunha a espada para impedir homicídios.4
1. Gn 9.6; Lv 19.17,18; Mt 5.21,22; 26.52. 2. Pv 25.21,22; Mt 18.35; Rm 12.19; Ef 4.26. 3. Mt 4.7; 26.52; Rm 13.11- 14. 4. Gn 9.6; Êx 21.14; Rm 13.4.
Resposta: Ao proibir o homicídio, Deus nos ensina que também detesta a raiz desse pecado, a saber, a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança,1 e que ele considera tudo isso como homicídio.2
1. Pv 14.30; Rm 1.29; 12.19; Gl 5.19-21; Tg 1.20; 1Jo 2.9- 11. 2. 1Jo 3.15.
Resposta: Não. Quando Deus condena a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança, ele nos ordena amar nosso próximo como a nós mesmos,1 demonstrar paciência, paz, mansidão, misericórdia e amizade para com ele,2 protegê-lo do mal o tanto que pudermos e fazer o bem até mesmo aos nossos inimigos.3
1. Mt 7.12; 22.39; Rm 12.10. 2. Mt 5.5; Lc 6.36; Rm 12.10,18; Gl 6.1,2; Ef 4.2; Cl 3.12; 1Pe 3.8. 3. Êx 23.4,5; Mt 5.44,45; Rm 12.20.
Resposta: Que toda a impureza sexual é amaldiçoada por Deus.1
Por isso, devemos abominá-la de todo coração2 e viver de maneira pura e disciplinada, tanto dentro quanto fora do santo matrimônio.3
1. Lv 18.30; Ef 5.3-5. 2. Jd 22,23. 3. 1Co 7.1-9; 1Ts 4.3-8; Hb 13.4.
Resposta: Não. Desde que somos, corpo e alma, templos do Espírito Santo, é a vontade de Deus que nos conservemos puros e santos. Por isso, ele proíbe todas as ações impuras, gesticulações, palavras, pensamentos, desejos,1 e tudo aquilo que possa nos induzir à impureza.2
1. Mt 5.27-29; 1Co 6.18-20; Ef 5.3,4. 2. 1Co 15.33; Ef 5.18.
Resposta: Deus não apenas proíbe o roubo e o furto que as autoridades punem,1 mas também os esquemas e ciladas malignos como falsos pesos e falsas medidas, negócio enga- noso, dinheiro falsificado e usura;2 não devemos defraudar o nosso próximo de maneira nenhuma, nem pela força nem pela aparência de direito.3 Além disso, Deus proíbe toda a avareza4 e todo o abuso e desperdício de suas dádivas.5
1. Êx 22.1; 1Co 5.9,10; 6.9,10. 2. Dt 25.13-16; Sl 15.5; Pv 11.1; 12.22; Ez 45.9-12; Lc 6.35. 3. Mq 6.9-11; Lc 3.14; Tg 5.1-6. 4. Lc 12.15; Ef 5.5. 5. Pv 21.20; 23.20,21; Lc 16.10-13.
Resposta: Que eu devo promover o bem do meu próximo sempre que for possível; que eu o trate do mesmo modo que desejaria ser tratado pelos outros, e que trabalhe fielmente para ter condições de ajudar os necessitados.1
1. Is 58.5-10; Mt 7.12; Gl 6.9,10; Ef 4.28.
Resposta: Que eu não devo levantar falso testemunho contra alguém nem distorcer as palavras de ninguém, não fazer fofoca nem difamar, não condenar nem me juntar com alguém para condenar a outrem precipitadamente e sem o ter ouvido.1
Antes, devo repudiar toda mentira e engano, obras próprias do diabo, para não trazer sobre mim a pesada ira de Deus.2
No tribunal ou em qualquer outro lugar, eu devo amar a verdade,3 dizê-la e confessá-la com honestidade, e fazer tudo o que puder para defender e promover a honra e a reputação do meu próximo.4
1. Sl 15; Pv 19.5,9; 21.28; Mt 7.1; Lc 6.37; Rm 1.28-32. 2. Lv 19.11,12; Pv 12.22; 13.5; Jo 8.44; Ap 21.8. 3. 1Co 13.6; Ef 4.25. 4. 1Pe 3.8,9; 4.8.
Resposta: Que nem o mais leve pensamento ou desejo con- trário a quaisquer mandamentos de Deus jamais deveria surgir em nosso coração. Antes, de todo coração, devemos sempre odiar todo pecado e nos deleitar em toda justiça.1
1. Sl 19.7-14; 139.23,24; Rm 7.7,8.
Resposta: Não. Nesta vida, até mesmo os mais santos têm apenas um leve começo dessa obediência.1 Mesmo assim, com sincero fervor e propósito, eles começam a viver não apenas segundo alguns mandamentos de Deus, mas con- forme todos eles.2
1. Ec 7.20; Rm 7.14,15; 1Co 13.9; 1Jo 1.8. 2. Sl 1.1,2; Rm 7.22-25; Fp 3.12-16.
Resposta: Primeiro, para que ao longo da nossa vida pos- samos cada vez mais estar conscientes da nossa natureza pecaminosa, e assim buscarmos com mais fervor o perdão dos pecados e a justiça de Cristo.1
Segundo, para que, ao orarmos a Deus pela graça do Espírito Santo, jamais deixemos de batalhar para sermos cada vez mais renovados à imagem de Deus, até que após esta vida alcancemos o alvo da perfeição.2
1. Sl 32.5; Rm 3.19-26; 7.7,24,25; 1Jo 1.9. 2. 1Co 9.24; Fp 3.12-14; 1Jo 3.1-3.
Resposta: Porque a oração é a parte mais importante da gratidão que Deus exige de nós.1 Além disso, Deus só con- cederá a sua graça e o Espírito Santo àqueles que, constante e sinceramente, lhe pedem esses dons e o agradecem por eles.2
1. Sl 50.14,15; 116.12-19; 1Ts 5.16-18. 2. Mt 7.7,8; Lc 11.9-13.
Resposta: Primeiro, devemos invocar de coração apenas o único e verdadeiro Deus, que se revelou em sua Palavra, e rogar por tudo aquilo que ele nos ordenou orar.1
Segundo, devemos ter plena consciência da nossa necessidade e miséria, para que possamos nos humilhar diante de Deus.2
Terceiro, devemos descansar no fundamento inabalável, do qual não somos merecedores, de que Deus com certeza ouvirá às nossas orações por causa de Cristo, nosso Senhor, conforme ele nos prometeu em sua Palavra.3
1. Sl 145.18-20; Jo 4.22-24; Rm 8.26,27; Tg 1.5; 1Jo 5.14,15; Ap 19.10. 2. 2Cr 7.14; 20.12; Sl 2.11; 34.18; 62.8; Is 66.2; Ap . 3. Dn 9.17-19; Mt 7.8; Jo 14.13,14; 16.23; Rm 10.13; Tg 1.6.
Resposta: Tudo aquilo que necessitamos para nosso corpo e alma, conforme a oração que o próprio Cristo, nosso Senhor, nos ensinou.1
1. Mt 6.33; Tg 1.17.
Resposta: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
venha o teu reino;
faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”1
1. Mt 6.9-13; Lc 11.2-4.
Resposta: Para despertar em nós, logo no início da nossa oração, aquela reverência filial e confiante em Deus, que deve ser básica à nossa oração: Deus, por meio de Cristo, tornou-se o nosso Pai, e, se os nossos pais não nos negam as coisas terrenas, muito menos ele nos negará aquilo que lhe pedirmos pela fé.1
1. Mt 7.9-11; Lc 11.11-13.
Resposta: Porque essas palavras nos ensinam a não pensar na majestade de Deus de modo terreno,1 e a esperar do seu poder infinito tudo aquilo que necessitamos para o nosso corpo e alma.2
1. Jr 23.23,24; At 17.24,25. 2. Mt 6.25-34; Rm 8.31,32.
Resposta:“Santificado seja o teu nome”.
Isto é:
Que nos concedas, antes de tudo, que possamos te conhecer da maneira correta,1 e que te santifiquemos, glorifiquemos e louvemos em todas as tuas obras, nas quais brilham o teu poder infinito, sabedoria, bondade, justiça, misericórdia e verdade.2
Também que nos concedas que dirijamos toda a nossa vida, pensamentos, palavras e ações, de tal maneira que o teu Nome não seja blasfemado por nossa causa, mas que seja sempre honrado e glorificado.3
1. Jr 9.23,24; 31.33,34; Mt 16.17; Jo 17.3. 2. Êx 34.5-8; Sl 145; Jr 32.16-20; Lc 1.46-55,68-75; Rm 11.33-36. 3. Sl 115.1; Mt 5.16.
Resposta: “Venha o teu reino”.
Isto é:
Que nos governes pela tua Palavra e Espírito, de tal modo que cada vez mais nos submetamos a ti.1
Que protejas e faças crescer a tua igreja.2
Que destruas as obras do diabo, todo poder que se levante contra ti, e toda conspiração contra a tua Palavra.3 Que faças todas essas coisas até que venha a plenitude do teu reino, em que serás tudo em todos.4
1. Sl 119.5,105; 143.10; Mt 6.33. 2. Sl 51.18; 122.6-9; Mt 16.18; At 2.42-47. 3. Rm 16.20; 1Jo 3.8. 4. Rm 8.22,23; 1Co 15.28; Ap 22.17,20.
Resposta: “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.
Isto é:
Que concedas a nós e a todos os homens que renun- ciemos à nossa própria vontade e, sem murmuração, obe- deçamos à tua vontade, a única que é boa.1
Também que concedas que todos cumpram os deveres de seu ofício e vocação,2 tão voluntária e fielmente, como os anjos no céu.3
1. Mt 7.21; 16.24-26; Lc 22.42; Rm 12.1,2; Tt 2.11,12. 2. 1Co 7.17-24; Ef 6.5-9. 3. Sl 103.20,21.
Resposta: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”.
Isto é:
Que supras todas as nossas necessidades físicas,1 para que reconheçamos que tu és a única fonte de todo o bem,2 e que, sem a tua bênção, nem o nosso cuidado, nem o nosso labor, nem mesmo os teus dons podem nos fazer bem algum.3 Concedas, portanto, que possamos retirar nossa con-fiança de todas as criaturas e colocá-la somente em ti.4
1. Sl 104.27-30; 145.15,16; Mt 6.25-34. 2. At 14.17; 17.25; Tg 1.17. 3. Dt 8.3; Sl 37.16; 127.1,2; 1Co 15.58. 4. Sl 55.22; 62; 146; Jr 17.5-8; Hb 13.5,6.
Resposta:“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”.
Isto é:
Que, por causa do sangue de Cristo, não imputes a nós, pecadores miseráveis, nenhuma das nossas transgressões, nem o mal que ainda persiste em nós;1 e que também en- contremos em nós esta evidência da tua graça: que estamos plenamente determinados, de todo o coração, a perdoar nosso próximo.2
1. Sl 51.1-7; 143.2; Rm 8.1; 1Jo 2.1,2. 2. Mt 6.14,15; 18.21-35.
Resposta: “E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal”.
Isto é:
Somos tão fracos em nós mesmos, que não podemos permanecer firmes por um momento sequer.1 Além disso, os nossos inimigos declarados — o diabo,2 o mundo3 e a nossa própria carne4 — não cessam de nos atacar.
Queiras, portanto, sustentar-nos e fortalecer-nos pelo poder do teu Espírito Santo, para que não sejamos derrotados nessa batalha espiritual,5 mas que sempre resistamos firmemente a nos- sos inimigos, até que finalmente alcancemos a vitória completa.6
1. Sl 103.14-16; Jo 15.1-5. 2. 2Co 11.14; Ef 6.10-13; 1Pe 5.8. 3. Jo 15.18-21. 4. Rm 7.13; Gl 5.17. 5. Mt 10.19,20; 26.41; Mc 13.33; Rm 5.3-5. 6. 1Co 10.13; 1Ts 3.13; 5.23.
Resposta: “Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre”.
Isto é:
Tudo isso te pedimos porque, como nosso Rei, tendo poder sobre todas as coisas, tanto queres quanto podes nos dar tudo o que é bom;1 e porque não nós, mas o teu santo Nome é digno de receber toda a glória para sempre.2
1. Rm 10.11-13; 2Pe 2.9. 2. Sl 115.1; Jr 33.8,9; Jo 14.13.
Resposta: “Amém” significa: é verdadeiro e certo. Pois é mais certo e verdadeiro que Deus ouviu a minha oração do que o sentimento que tenho em meu coração de desejar isso dele.1
1. Is 65.24; 2Co 1.20; 2Tm 2.13.
Resposta: Que não pertenço a mim mesmo,1 mas pertenço, de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte,2 ao meu fiel Salvador Jesus Cristo.3
Ele pagou completamente todos os meus pecados com o seu sangue precioso4 e me libertou de todo o domínio do diabo.5
Ele também me guarda de tal maneira6 que, sem a vontade do meu Pai celeste, nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça;7 na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação.8
Por isso, pelo seu Espírito Santo, ele também me assegura a vida eterna9 e me faz disposto e pronto de coração para, de agora em diante, viver para ele.10
Resposta: Primeiro, como são grandes meus pecados e miséria;1
Segundo, de que modo sou liberto de todos os meus pecados e miséria;2
Terceiro, de que modo devo ser grato a Deus por tal libertação.3
Resposta: Pela lei de Deus.1
Resposta: Aquilo que Cristo nos ensina resumidamente em Mateus 22.37-40: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.1 Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.2
Resposta: Não.1 Por natureza, sou inclinado a odiar a Deus e ao meu próximo.2
Resposta: Não, pelo contrário, Deus criou o homem bom1 e à sua imagem,2 isto é, em verdadeira justiça e santidade,3 de modo que ele pudesse conhecer corretamente a Deus, o seu Criador,4 amá-lo de coração, e viver com ele em eterna felicidade para o louvar e glorificar.5
Resposta: Da queda e desobediência dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, no Paraíso.1 Pois ali a nossa natureza tornou-se de tal modo corrupta2 que somos todos concebidos e nascidos em pecado.3
Resposta: Sim,1 a menos que sejamos gerados novamente pelo Espírito de Deus.2
Resposta: Não, pois Deus criou o homem de tal forma que este era capaz de cumprir essa lei.1 Mas o homem, sob a instigação do diabo,2 em desobediência deliberada,3 privou a si mesmo e a todos os seus descendentes desses dons.4
Resposta: Certamente que não, pois tanto o nosso pecado original quanto os nossos pecados presentes o deixam terrivelmente irado.
Por isso, ele os castigará com justo juízo, agora e eternamente,1 conforme declarou:2 “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gl 3.10).
Resposta: Deus é, verdadeiramente, misericordioso;1 mas também é justo.2
A sua justiça requer que o pecado cometido contra a sua suprema majestade seja castigado também com a pena mais severa, quer dizer, com o eterno castigo do corpo e da alma.3
Resposta: Deus requer que a sua justiça seja satisfeita.1 Por isso, nós mesmos devemos satisfazer completamente essa justiça, ou outro deve fazer isso por nós.2
Resposta: Certamente que não. Pelo contrário, todos os dias aumentamos a nossa dívida.1
Resposta: Não.
Primeiro, porque Deus não castigará outra criatura pelo pecado que o homem cometeu.1
Segundo, porque nenhuma mera criatura pode suportar o peso da ira eterna de Deus contra o pecado, nem libertar outros dessa ira.2
Resposta: Alguém que seja homem verdadeiro1 e justo,2 e mais poderoso que todas as criaturas, isto é, alguém que seja, ao mesmo tempo, Deus verdadeiro.3
Resposta: Tem de ser homem verdadeiro, porque a justiça de Deus exige que a mesma natureza humana que pecou pague pelo pecado.1
Tem de ser homem justo, porque alguém que, por natureza, já é pecador, não pode pagar pelos pecados dos outros.2
Resposta: Ele tem de ser Deus verdadeiro para que, pelo poder da sua natureza divina,1 possa suportar em sua natureza humana o peso da ira de Deus,2 e conquistar e restituir para nós a justiça e a vida.3
Resposta: O nosso Senhor Jesus Cristo,1 “o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1Co 1.30).
Resposta: Pelo santo evangelho, que o próprio Deus revelou pela primeira vez no Paraíso.1
Depois, ele o proclamou pelos patriarcas2 e profetas,3 e o prefigurou pelos sacrifícios e outras cerimônias da lei.4
E, finalmente, o cumpriu por meio do seu único Filho.5
Resposta: Não. Só são salvos os que, pela verdadeira fé, são enxertados em Cristo1 e aceitam todos os seus benefícios.2
Resposta: A verdadeira fé é a convicção com que aceito como verdade tudo aquilo que Deus nos revelou em sua Palavra.1
É também a firme certeza2 de que Deus garantiu — não só aos outros, mas também a mim3 — perdão de pecados, justiça eterna, e salvação4 por pura graça e somente pelos méritos de Cristo.5
O Espírito Santo opera essa fé em meu coração por meio do evangelho.6
1.Jo 17.3,17; Hb 11.1-3; Tg 2.19. 2. Rm 4.18.21; 5.1; 10.10; Hb 4.16. 3. Gl 2.20. 4. Rm 1.17; Hb 10.10. 5. Rm 3.20-26; Gl 2.16; Ef 2.8-10. 6. At 16.14: Rm 1.16; 10.17; 1Co 1.21.
Resposta: Em tudo que nos está prometido no evangelho1 e que nos é ensinado resumidamente pelos artigos da nossa fé cristã universal e indubitável.
Resposta:
Resposta: Em três partes:
A primeira parte nos ensina sobre Deus, o Pai, e a nossa criação;
A segunda parte nos ensina sobre Deus, o Filho, e a nossa redenção;
A terceira parte nos ensina sobre Deus, o Espírito Santo, e a nossa santificação.
Resposta: Porque o próprio Deus se revelou de tal maneira em sua Palavra2 que essas três Pessoas distintas são o único, verdadeiro e eterno Deus.
Resposta: Creio que o eterno Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que criou, do nada, o céu e a terra e tudo o que neles há,1 e também os sustenta e governa por seu conselho e providência eternos,2 é o meu Deus e o meu Pai por causa do seu Filho Jesus Cristo.3
Creio nele tão completamente, que não tenho nenhuma dúvida de que ele me suprirá de tudo que é necessário ao corpo e à alma,4 e que também converterá em bem para mim toda a adversidade que me enviar nesta vida conturbada.5
Ele assim pode fazer porque é Deus Todo-Poderoso,6 mas o quer fazer porque é Pai Fiel.7
Resposta: A providência de Deus é o seu onipotente e onipresente poder,1 por meio do qual, com a sua mão, ele sustenta continuamente o céu e a terra e todas as criaturas,2 governando-os de tal modo que ervas e plantas, chuva e seca, abundância e escassez, comida e bebida, saúde e doença, riqueza e pobreza,3 na verdade, todas as coisas, não nos vêm por acaso,4 mas procedem da sua mão paternal.5
Resposta: Podemos ser pacientes na adversidade,1 agradecidos na prosperidade2 e, quanto ao futuro, podemos confiar firmemente em nosso Deus e Pai Fiel, porque criatura alguma poderá nos separar do seu amor;3 pois todas elas estão de tal modo em sua mão que, sem a sua vontade, elas não podem nem mesmo se mover.4
Resposta: Porque ele nos salva de todos os nossos pecados,1 e porque em nenhum outro devemos buscar ou podemos encontrar salvação.2
Resposta: Não. Embora se gloriem nele com palavras, eles na verdade negam a Jesus como o único Salvador.1
Pois, das duas coisas, só uma é verdadeira: ou Jesus é um Salvador incompleto, ou aqueles que, pela verdadeira fé, aceitam esse Salvador têm que achar nele tudo o que é necessário para a sua salvação.2
Resposta: Porque ele foi ordenado por Deus, o Pai, e ungido com o Espírito Santo,1 para ser: nosso supremo Profeta e Mestre,2 que nos revelou completamente o propósito secreto e a vontade de Deus quanto à nossa redenção;3 nosso único Sumo Sacerdote,4 o qual por um único sacrifício do seu corpo nos remiu5 e intercede continuamente por nós diante do Pai;6 e nosso Rei eterno,7 que nos governa pela sua Palavra e por seu Espírito, e que nos defende e preserva na redenção que ele conquistou para nós.8
Resposta: Porque, pela fé, sou membro de Cristo1 e, por isso, partilho da sua unção2 para poder: como profeta, confessar o seu nome;3 como sacerdote, apresentar a mim mesmo como sacrifício vivo de gratidão a ele;4 e, como rei, de livre e boa consciência, combater o pecado e o diabo nesta vida,5 e, no porvir, reinar eternamente com ele sobre todas as criaturas.6
Resposta: Porque somente Cristo é, por natureza, o eterno Filho de Deus.1
Nós, porém, somos filhos de Deus por adoção, pela graça, por causa de Cristo.2
Resposta: Porque ele nos comprou e nos resgatou, corpo e alma,1 de todos os nossos pecados, não com ouro nem prata, mas com o seu precioso sangue,2 e nos libertou de todo o domínio do diabo para nos tornar sua possessão.3
Resposta: O eterno Filho de Deus, que é e permanece Deus verdadeiro e eterno,1 tomou sobre si a verdadeira natureza humana da carne e do sangue da virgem Maria,2 pela operação do Espírito Santo.3
Por isso, ele é também a verdadeira semente de Davi,4 semelhante a seus irmãos em tudo,5 porém sem pecado.6
Resposta: Ele é o nosso Mediador,1 e com a sua inocência e perfeita santidade cobre, aos olhos de Deus, o meu pecado, no qual fui concebido e nascido.2
Resposta: Durante todo o tempo em que viveu sobre a terra, e especialmente no final, Cristo suportou, no corpo e na alma, a ira de Deus contra o pecado de toda a raça humana.1
Assim, por seu sofrimento, como o único sacrifício de expiação,2 ele redimiu o nosso corpo e a nossa alma da condenação eterna3 e conquistou para nós a graça de Deus, a justiça e a vida eterna.4
Resposta: Embora inocente, Cristo foi condenado por um juiz terreno,1 e assim ele nos livrou do severo juízo de Deus que haveria de cair sobre nós.2
Resposta: Sim. Por causa disso, tenho a certeza de que ele levou sobre si a maldição que estava sobre mim, pois quem era crucificado era maldito de Deus.1
Resposta: Por causa da justiça e da verdade de Deus,1 a satisfação pelos nossos pecados não poderia ocorrer de outra forma senão pela morte do Filho de Deus.2
Resposta: O seu sepultamento testifica que ele realmente morreu.1
Resposta: A nossa morte não é o pagamento pelos nossos pecados,1 mas ela põe um fim aos nossos pecados e é a entrada para a vida eterna.2
Resposta: Pela morte de Cristo, a nossa velha natureza é crucificada, morta e sepultada com ele,1 para que os desejos malignos da carne não reinem mais sobre nós,2 e possamos nos oferecer a ele como sacrifício de gratidão.3
Resposta: A angústia, a dor, o terror e a agonia indizíveis que Cristo suportou em todos os seus sofrimentos,1 especialmente na cruz, dão-me a certeza e consolo de que, por maiores que sejam as minhas tristezas e tentações, ele me livrou da angústia e do tormento do inferno.2
Resposta: Primeiro, pela ressurreição, Cristo venceu a morte para nos tornar participantes da justiça que ele conquistou para nós pela sua morte.1
Segundo, pelo seu poder, nós também somos ressuscitados para uma nova vida.2
Terceiro, a ressurreição de Cristo é, para nós, a garantia da nossa ressurreição gloriosa.3
Resposta: Que Cristo, à vista dos seus discípulos, foi levado da terra ao céu,1 e que lá está para o nosso benefício,2 até que venha novamente para julgar os vivos e os mortos.3
Resposta: Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Segundo sua natureza humana, ele não está mais na terra,2 mas segundo a sua natureza divina, majestade, graça e Espírito, jamais se ausentou de nós.3
Resposta: De maneira nenhuma, pois a sua divindade é ilimitada e está presente em toda parte.1 Por isso, conclui-se que, apesar de a sua natureza divina ultrapassar a natureza humana que ele assumiu, ela está dentro dessa natureza humana e a ela permanece unida como pessoa.2
Resposta: Primeiro, ele é o nosso Advogado no céu diante do Pai.1
Segundo, temos a nossa carne no céu como a garantia segura de que ele, o nosso Cabeça, também nos levará para si, como membros seus.2
Terceiro, ele nos enviou o seu Espírito como penhor,3 pelo poder do qual buscamos as coisas do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus, e não as que são da terra.4
Resposta: Porque Cristo ascendeu ao céu para manifestar-se lá como o Cabeça da sua igreja,1 e é por meio dele que o Pai governa todas as coisas.2
Resposta: Primeiro, pelo seu Espírito Santo, ele derrama sobre nós, seus membros, os dons celestiais.1
Segundo, pelo seu poder, ele nos defende e nos preserva de todos os inimigos.2
Resposta: Que em todas as minhas aflições e nas perseguições, eu, de cabeça erguida e cheio de ânimo, espero vir do céu, como Juiz, aquele mesmo que antes se submeteu ao juízo de Deus por minha causa e removeu de sobre mim toda a maldição.1
Ele lançará todos os seus e meus inimigos na condenação eterna, mas levará para si mesmo, para a alegria e glória celestiais, a mim e a todos os seus escolhidos.2
Resposta: Primeiro, creio que ele é verdadeiro e eterno Deus, juntamente com o Pai e o Filho.1
Segundo, creio que ele foi dado também a mim2 para, pela verdadeira fé, me tornar participante de Cristo e de todos os seus benefícios,3 para me consolar,4 e para permanecer comigo para sempre.5
Resposta: Creio que, desde o começo até o fim do mundo,1 o Filho de Deus2 reúne para si mesmo,3 dentre todo o gênero humano,4 uma igreja eleita para a vida eterna,5 a qual protege e preserva na unidade da verdadeira fé,6 pelo seu Espírito e pela sua Palavra.7
E creio que eu sou,8 e serei para sempre, um membro vivo dela.9
Resposta: Primeiro, creio que todos os crentes, juntos e cada um em particular, como membros de Cristo, têm comunhão com ele e participam de todos os seus tesouros e dons.1
Segundo, creio que cada um tem o dever de usar os seus dons com disposição e alegria para o benefício e o bem-estar dos outros membros.2
Resposta: Creio que Deus, por causa da satisfação que Cristo realizou, não se lembrará mais dos meus pecados1 nem da minha natureza pecaminosa, contra a qual devo lutar durante toda a minha vida,2 mas me concederá graciosamente a justiça de Cristo, para que eu jamais entre em condenação.3
Resposta: Que, depois desta vida, não apenas a minha alma será levada imediatamente para Cristo, meu Cabeça,1 mas que também esta minha carne, ressuscitada pelo poder de Cristo, será reunida à minha alma e feita à semelhança do corpo glorioso de Cristo.2
Resposta: Já agora sinto em meu coração o princípio da alegria eterna,1 pois, depois desta vida, obterei a perfeita bem-aventurança que nenhum olho jamais viu, nem ouvido ouviu, nem o coração humano pode conceber. Uma bem-aventurança para se louvar a Deus eternamente.2
Resposta: O proveito é que, em Cristo, sou justo diante de Deus e herdeiro da vida eterna.1
Resposta: Somente pela verdadeira fé em Jesus Cristo.1 Embora a minha consciência me acuse de haver pecado gravemente contra os mandamentos de Deus, sem nunca ter obedecido nem sequer um deles2 e de ainda ser inclinado a todo o mal,3 Deus, no entanto, sem que houvesse em mim qualquer mérito próprio,4 somente pela sua graça,5 imputa-me a perfeita satisfação, justiça e santidade de Cristo.6
Deus me concede isso como se eu nunca tivesse tido ou cometido pecado algum, e como se eu mesmo tivesse cumprido toda a obediência que Cristo cumpriu por mim,7 se tão somente eu aceitar esse dom crendo fielmente com o coração.8
Resposta: Eu digo isso não porque sou agradável a Deus graças ao valor da minha fé, pois somente a satisfação, a justiça e a santidade de Cristo é a minha justiça diante de Deus.1
É somente pela fé que posso receber e fazer dessa justiça a minha própria justiça.2
Resposta: Porque a justiça que pode subsistir diante do juízo de Deus deve ser absolutamente perfeita e totalmente de acordo com a sua lei;1 entretanto, até mesmo as nossas melhores obras nesta vida são todas imperfeitas e contaminadas com o pecado.2
Resposta: Essa recompensa não é por mérito, mas é um dom de graça.2
Resposta: Não, pois é impossível que aqueles que são enxertados em Cristo pela verdadeira fé não produzam frutos de gratidão.1
A PALAVRA E OS SACRAMENTOS
Resposta: Vem do Espírito Santo,1 que a opera em nosso coração pela pregação do evangelho,2 e a fortalece pelo uso dos sacramentos.3
Resposta: Os sacramentos são sinais e selos santos e visíveis.
Foram instituídos por Deus para que, pelo uso deles, ele pudesse, o mais claramente possível, nos declarar e selar a promessa do evangelho.1
E esta é a promessa: que Deus nos concede graciosamente perdão de pecados e vida eterna por causa do único sacrifício de Cristo ofertado na cruz.2
Resposta: Sim, pois o Espírito Santo nos ensina no evangelho e nos garante pelos sacramentos que toda a nossa salvação baseia-se no sacrifício único de Cristo por nós na cruz.1
Resposta: Dois: o santo batismo e a santa ceia.1
Resposta: Do seguinte modo:
Cristo instituiu esse lavar exterior1 e, com ele, deu a promessa de que, tão certo como a água remove a sujeira do corpo, assim também o seu sangue e Espírito removem a impureza da minha alma, isto é, todos os meus pecados.2
Resposta: Ser lavado com o sangue de Cristo significa receber de Deus o perdão de pecados, por meio da graça, por causa do sangue de Cristo derramado por nós em seu sacrifício na cruz.1
Ser lavado com o seu Espírito significa ser renovado pelo Espírito Santo e santificado para sermos membros de Cristo, para que morramos mais e mais para o pecado e vivamos uma vida santa e irrepreensível.2
Resposta: Na instituição do batismo, onde ele afirma:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).
“Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16).
Essa promessa se repete onde a Escritura chama o batismo de lavar regenerador e de purificação dos pecados (Tt 3.5; At 22.16).
Resposta: Não, pois somente o sangue de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todo o pecado.1
Resposta: Deus fala assim por razões muito importantes. Ele nos quer ensinar que o sangue e o Espírito de Cristo removem os nossos pecados, assim como a água remove a sujeira do corpo.1 Porém, ainda mais importante, ele nos quer assegurar por meio dessa garantia e sinal divinos que somos tão verdadeira e espiritualmente purificados dos nossos pecados, assim como somos fisicamente lavados com a água.2
Resposta: Sim.
Assim como os adultos, as crianças pertencem à aliança e à igreja de Deus.1
Através do sangue de Cristo, a redenção do pecado e o Espírito Santo, que opera a fé, são prometidos a elas, da mesma forma que aos adultos. 2
Portanto, por meio do batismo, como sinal da aliança, elas devem ser enxertadas na igreja de Cristo e distinguidas dos filhos dos incrédulos.3
Na antiga aliança, isso era feito pela circuncisão,4 que, na nova aliança, foi substituída pela instituição do batismo.5
1.Gn 17.7; Mt 19.14. 2. Sl 22.10; Is 44.1-3; At 2.38,39; 16.31. 3. At 10.47; 1Co 7.14. 4. Gn 17.9-14. 5. Cl 2.11-13.
Resposta: Do seguinte modo:
Cristo ordenou-me, e a todos os crentes, comer do pão partido e beber do cálice, em sua memória.
Juntamente com esse mandamento, ele deu as seguintes promessas:1
Primeira, tão certo como vejo com os meus olhos o pão do Senhor partido por mim e o seu cálice dado a mim, assim também foi o seu corpo ofertado por mim e o seu sangue derramado por mim na cruz.
Segunda, tão certamente quanto recebo das mãos do ministro e provo com a minha boca o pão e o cálice do Senhor como sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo, assim também ele mesmo, com o seu corpo crucificado e o seu sangue derramado, alimenta e nutre a minha alma para a vida eterna.
Resposta: Primeiro, aceitar de todo coração todo o sofrimento e morte de Cristo, e assim receber o perdão dos pecados e a vida eterna.1
Segundo, ser unido cada vez mais ao santo corpo de Cristo pelo Espírito Santo, que vive tanto nele quanto em nós.2
Portanto, embora Cristo esteja no céu3 e nós estejamos na terra, somos carne da sua carne e osso dos seus ossos,4 e vivemos eternamente e somos governados por um único Espírito, assim como os membros do nosso corpo o são por uma única alma.5
Resposta: Na instituição da ceia do Senhor:
“O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1Co 11.23-26).
O Apóstolo Paulo já havia se referido a essa promessa quando disse:
“Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão” (1Co 10.16,17).
Resposta: Não.
Do mesmo modo que a água do batismo não se transforma no sangue de Cristo, nem é a própria purificação dos pecados, mas é simplesmente um sinal e uma garantia disso da parte de Deus,1 assim também o pão na ceia do Senhor não se transforma no próprio corpo de Cristo,2 embora seja chamado de corpo de Cristo,3 conforme a natureza e o uso dos sacramentos.4
Resposta: Cristo fala dessa maneira por um motivo importante:
Ele quer nos ensinar pela sua ceia que, do mesmo modo como o pão e o vinho nos sustentam a vida temporal, assim também o seu corpo crucificado e o seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e a verdadeira bebida de nossa alma para a vida eterna.1
E, ainda mais, por esse sinal e garantia visíveis ele nos quer assegurar: primeiro, que pela operação do Espírito Santo nós participamos do seu verdadeiro corpo e sangue, tão certo como recebemos com a nossa boca esses santos sinais em memória dele;2 segundo, que todo o seu sofrimento e obediência são nossos, tão certo como se nós mesmos tivéssemos sofrido e pago por nossos pecados.3
Resposta: A ceia do Senhor nos testifica, primeiramente, que temos o perdão completo de todos os nossos pecados pelo único sacrifício de Jesus Cristo, que ele mesmo, de uma vez por todas, realizou na cruz;1 em segundo lugar, que pelo Espírito Santo somos enxertados em Cristo,2 o qual está agora no céu em seu corpo verdadeiro, à mão direita do Pai,3 e é onde ele quer ser adorado.4
No entanto, a missa ensina, primeiro, que nem os vivos nem os mortos têm o perdão de pecados por meio do sofrimento de Cristo, se ele não for ainda sacrificado diariamente em favor deles pelos sacerdotes; e, segundo, que Cristo está presente corporalmente na forma do pão e do vinho, e neles deve ser adorado.
A missa, portanto, não é outra coisa senão a negação do único sacrifício e sofrimento de Jesus Cristo, e é uma idolatria maldita.
Resposta: Aqueles que, verdadeiramente, estão descontentes consigo mesmos por causa dos seus pecados e que, mesmo assim, confiam que eles lhes foram perdoados, e que o mal que ainda resta neles está coberto pelo sofrimento e morte de Cristo, e que também desejam, cada vez mais, fortalecer a sua fé e corrigir a sua vida.
Mas os hipócritas e os que não se arrependem comem e bebem juízo para si mesmos.1
Resposta: Não, porque a aliança de Deus seria profanada e a sua ira se acenderia contra toda a congregação.1
Por isso, de acordo com o mandamento de Cristo e de seus apóstolos, a igreja cristã tem o dever de excluir tais pessoas pelas chaves do reino dos céus, até que corrijam a sua vida.
Resposta: A pregação do santo evangelho e a disciplina eclesiástica.
É por esses dois meios que o reino dos céus se abre para os que creem e se fecha para os incrédulos.1
1.Mt 16.19; Jo 20.21-23.
Resposta: De acordo com o mandamento de Cristo, o reino dos céus se abre quando se proclama e se testifica publicamente a todo o crente — individual ou coletivamente — que Deus de fato perdoou todos os seus pecados por causa dos méritos de Cristo, sempre que aceitam a promessa do evangelho com fé verdadeira.
O reino dos céus se fecha quando se proclama e se testifica a todos os incrédulos e hipócritas que, enquanto não se arrependerem, a ira de Deus e a condenação eterna permanecem sobre eles.
Segundo esse testemunho do evangelho, Deus os julgará tanto nesta vida quanto na vida porvir.1
1.Mt 16.19; Jo 3.31-36; 20.21-23.
Resposta: De acordo com o mandamento de Cristo, aqueles que se chamam de cristãos, mas que se mostram não cristãos na doutrina ou na vida, devem ser, em primeiro lugar e de modo fraternal, admoestados mais de uma vez.
Se não abandonarem seus erros nem sua impiedade, devem ser denunciados à igreja, isto é, aos presbíteros.
Se também não derem ouvidos às admoestações deles, serão proibidos de participar dos sacramentos e excluídos da congregação cristã, pelos presbíteros, e do reino de Cristo, pelo próprio Deus.1
Serão novamente recebidos como membros de Cristo e da igreja, quando prometerem e demonstrarem verdadeiro arrependimento.2
Resposta: Porque Cristo, tendo nos remido pelo seu sangue, também nos renova por seu Espírito Santo à sua imagem para que, com toda a nossa vida, mostremo-nos gratos a Deus por seus benefícios,1 e para que ele seja louvado por nós.2
Além disso, para que tenhamos a certeza da nossa fé por causa dos seus frutos,3 e para que, pelo novo viver piedoso, possamos ganhar nosso próximo para Cristo.4
Resposta: Não, de modo nenhum.
A Escritura diz que nenhum impuro, idólatra, adúltero, ladrão, avarento, bêbado, maldizente, assaltante ou semelhante herdará o reino dos céus.1
Resposta: É a morte da velha natureza e a ressurreição da nova natureza.1
Resposta: É a profunda e sincera tristeza por termos ofendido a Deus com os nossos pecados, e cada vez mais abominá-los e fugir deles.1
Resposta: É a alegria sincera em Deus por Cristo,1 e o amor e o deleite de viver segundo a vontade de Deus em todas as boas obras.2
Resposta: Somente aquelas que são feitas pela verdadeira fé,1 em conformidade com a lei de Deus2 e para a sua glória,3 e não aquelas que se baseiam na nossa própria opinião ou em preceitos de homens.4
Resposta: Então, falou Deus todas estas palavras:1
Prólogo: Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Primeiro Mandamento: Não terás outros deuses diante de mim.
Segundo Mandamento: Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto: porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
Terceiro Mandamento: Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
Quarto Mandamento: Lembra-te do dia de sábado,* para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.
Quinto Mandamento: Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
Sexto Mandamento: Não matarás.
Sétimo Mandamento: Não adulterarás.
Oitavo Mandamento: Não furtarás.
Nono Mandamento: Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Décimo Mandamento: Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.
Resposta: Em duas partes:
A primeira nos ensina como viver com relação a Deus;
A segunda, que deveres temos para com o nosso próximo.1
Resposta: Que, por amor à minha salvação, devo evitar e fugir de toda idolatria,1 feitiçaria, superstição2 e invocação a santos ou a outras criaturas.3
Devo corretamente conhecer o único e verdadeiro Deus,4 confiar somente nele,5 submeter-me a ele em toda humildade6 e paciência,7 e esperar todo o bem somente dele.8 Também devo amar,9 temer10 e honrar11 a Deus de todo o meu coração.
Em resumo, é preferível repudiar todas as criaturas a fazer qualquer coisa, por menor que seja, contra a sua vontade.12
Resposta: Idolatria é ter ou inventar algo em que colocar a nossa confiança em lugar, ou ao lado, do único e verdadeiro Deus que se revelou em sua Palavra.1
Resposta: Que não façamos imagem de Deus em hipótese alguma,1 nem o adoremos de modo diferente daquele que ele nos ordenou em sua Palavra.2
Resposta: Deus não pode nem deve ser visivelmente representado de nenhuma maneira. As criaturas podem ser representadas, mas Deus nos proíbe fazer ou ter imagens delas para adorá-las, ou para servi-lo por meio delas.1
Resposta: Não, pois não devemos querer ser mais sábios do que o próprio Deus. Ele não quer que o seu povo seja ensinado por meio de ídolos mudos,1 mas pela pregação viva da sua Palavra.2
Resposta: Que não blasfememos nem façamos mau uso do Nome de Deus por maldição,1 perjúrio2 ou votos desnecessários,3 e que não participemos, por omissão silenciosa, desses terríveis pecados.4 Em vez disso, devemos usar o santo Nome de Deus somente com temor e reverência,5 para que possamos confessá-lo corretamente,6 invocá-lo7 e glorificá-lo com todas as nossas palavras e obras.8
Resposta: Certamente que sim.1 Porque nenhum pecado é maior nem provoca mais a ira de Deus do que blasfemar o seu Nome.
É por isso que ele ordenou que esse pecado fosse punido com a morte.2
Resposta: Sim, quando o governo o exige de seus súditos, ou quando a necessidade o exige para que se guarde e se promova a fidelidade e a verdade, para a glória de Deus e o bem do nosso próximo.
Esse tipo de juramento tem por base a Palavra de Deus1 e foi assim utilizado da maneira correta pelos santos do Antigo e do Novo Testamentos.2
Resposta: Não. Um juramento legítimo é uma invocação a Deus para que ele, o único que conhece o coração, sirva como testemunha da verdade e que me castigue se eu jurar falsamente.1 Nenhuma criatura é digna de tal honra.2
Resposta: Primeiro, que o ministério do evangelho e as escolas cristãs sejam mantidos,1 e que eu, especialmente no Dia de Descanso, seja diligente em ir à igreja de Deus2 para ouvir a Palavra de Deus,3 participar dos sacramentos,4 invocar publicamente ao Senhor5 e praticar a caridade cristã para com os necessitados.6
Segundo, que em todos os dias da minha vida eu cesse as minhas más obras, deixe o Senhor operar em mim por seu Espírito Santo e, assim, começar nesta vida o descanso eterno.7
Resposta: Que eu demonstre toda honra, amor e fidelidade ao meu pai e à minha mãe, e a todos os meus superiores; que eu me submeta devidamente à sua boa instrução e disciplina,1 e que também seja paciente com as suas fraquezas e defeitos,2 pois é a vontade de Deus nos governar pelas mãos deles.3
Resposta: Que eu não devo, por mim mesmo ou através de outros, desonrar, odiar, injuriar ou matar o meu próximo por pensamentos, palavras ou gestos, e muito menos por ações;1 antes, devo fazer morrer todo desejo de vingança.2 Além disso, não devo me fazer mal nem me expor levianamente ao perigo.3 Por isso, também, o governo empunha a espada para impedir homicídios.4
Resposta: Ao proibir o homicídio, Deus nos ensina que também detesta a raiz desse pecado, a saber, a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança,1 e que ele considera tudo isso como homicídio.2
Resposta: Não. Quando Deus condena a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança, ele nos ordena amar nosso próximo como a nós mesmos,1 demonstrar paciência, paz, mansidão, misericórdia e amizade para com ele,2 protegê-lo do mal o tanto que pudermos, e fazer o bem até mesmo aos nossos inimigos.3
Resposta: Que toda a impureza sexual é amaldiçoada por Deus.1
Por isso, devemos abominá-la de todo coração2 e viver de maneira pura e disciplinada, tanto dentro quanto fora do santo matrimônio.3
Resposta: Não. Desde que somos, corpo e alma, templos do Espírito Santo, é a vontade de Deus que nos conservemos puros e santos. Por isso, ele proíbe todas as ações impuras, gesticulações, palavras, pensamentos, desejos1 e tudo aquilo que possa nos induzir à impureza.2
Resposta: Deus não apenas proíbe o roubo e o furto que as autoridades punem,1 mas também os esquemas e ciladas malignos como falsos pesos e falsas medidas, negócio enganoso, dinheiro falsificado e usura;2 não devemos defraudar o nosso próximo de maneira nenhuma, nem pela força nem pela aparência de direito.3 Além disso, Deus proíbe toda a avareza4 e todo o abuso e desperdício de suas dádivas.5
Resposta: Que eu devo promover o bem do meu próximo sempre que for possível; que eu o trate do mesmo modo que desejaria ser tratado pelos outros, e que trabalhe fielmente para ter condições de ajudar os necessitados.1
Resposta: Que eu não devo levantar falso testemunho contra alguém nem distorcer as palavras de ninguém, não fazer fofoca nem difamar, não condenar nem me juntar com alguém para condenar a outrem precipitadamente e sem o ter ouvido.1
Antes, devo repudiar toda mentira e engano, obras próprias do diabo, para não trazer sobre mim a pesada ira de Deus.2
No tribunal, ou em qualquer outro lugar, eu devo amar a verdade,3 dizê-la e confessá-la com honestidade, e fazer tudo o que puder para defender e promover a honra e a reputação do meu próximo.4
Resposta: Que nem o mais leve pensamento ou desejo contrário a quaisquer mandamentos de Deus jamais deveria surgir em nosso coração. Antes, de todo coração, devemos sempre odiar todo pecado e nos deleitar em toda justiça.1
Resposta: Não. Nesta vida, até mesmo os mais santos têm apenas um leve começo dessa obediência.1 Mesmo assim, com sincero fervor e propósito, eles começam a viver não apenas segundo alguns mandamentos de Deus, mas conforme todos eles.2
Resposta: Primeiro, para que ao longo da nossa vida possamos cada vez mais estar conscientes da nossa natureza pecaminosa, e assim buscarmos com mais fervor o perdão dos pecados e a justiça de Cristo.1
Segundo, para que, ao orarmos a Deus pela graça do Espírito Santo, jamais deixemos de batalhar para sermos cada vez mais renovados à imagem de Deus, até que após esta vida alcancemos o alvo da perfeição.2
Resposta: Porque a oração é a parte mais importante da gratidão que Deus exige de nós.1 Além disso, Deus só concederá a sua graça e o Espírito Santo àqueles que, constante e sinceramente, lhe pedem esses dons e o agradecem por eles.2
Resposta: Primeiro, devemos invocar de coração apenas o único e verdadeiro Deus, que se revelou em sua Palavra, e rogar por tudo aquilo que ele nos ordenou orar.1
Segundo, devemos ter plena consciência da nossa necessidade e miséria, para que possamos nos humilhar diante de Deus.2
Terceiro, devemos descansar no fundamento inabalável, do qual não somos merecedores, de que Deus com certeza ouvirá às nossas orações por causa de Cristo, nosso Senhor, conforme ele nos prometeu em sua Palavra.3
Resposta: Tudo aquilo que necessitamos para nosso corpo e alma, conforme a oração que o próprio Cristo, nosso Senhor, nos ensinou.1
Resposta: “Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
venha o teu reino;
faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”1
Resposta: Para despertar em nós, logo no início da nossa oração, aquela reverência filial e confiante em Deus, que deve ser básica à nossa oração: Deus, por meio de Cristo, tornou-se o nosso Pai, e, se os nossos pais não nos negam as coisas terrenas, muito menos ele nos negará aquilo que lhe pedirmos pela fé.1
Resposta: Porque essas palavras nos ensinam a não pensar na majestade de Deus de modo terreno,1 e a esperar, do seu poder infinito, tudo aquilo de que necessitamos para o nosso corpo e alma.2
Resposta:“Santificado seja o teu nome”.
Isto é:
Que nos concedas, antes de tudo, que possamos te conhecer da maneira correta,1 e que te santifiquemos, glorifiquemos e louvemos em todas as tuas obras, nas quais brilham o teu poder infinito, sabedoria, bondade, justiça, misericórdia e verdade.2
Também que nos concedas que dirijamos toda a nossa vida, pensamentos, palavras e ações, de tal maneira que o teu Nome não seja blasfemado por nossa causa, mas que seja sempre honrado e glorificado.3
Resposta: “Venha o teu reino”.
Isto é:
Que nos governes pela tua Palavra e Espírito, de tal modo que cada vez mais nos submetamos a ti.1
Que protejas e faças crescer a tua igreja.2
Que destruas as obras do diabo, todo poder que se levante contra ti, e toda conspiração contra a tua Palavra.3
Que faças todas essas coisas até que venha a plenitude do teu reino, em que serás tudo em todos.4
Resposta: “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.
Isto é:
Que concedas, a nós e a todos os homens, que renunciemos à nossa própria vontade; e, sem murmuração, obedeçamos à tua vontade, a única que é boa.1
Também que concedas que todos cumpram os deveres de seu ofício e vocação,2 tão voluntária e fielmente, como os anjos no céu.3
Resposta: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”.
Isto é:
Que supras todas as nossas necessidades físicas,1 para que reconheçamos que tu és a única fonte de todo o bem,2 e que, sem a tua bênção, nem o nosso cuidado, nem o nosso labor, nem mesmo os teus dons podem nos fazer bem algum.3
Concedas, portanto, que possamos retirar nossa confiança de todas as criaturas e colocá-la somente em ti.4
Resposta:“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”.
Isto é:
Que, por causa do sangue de Cristo, não imputes a nós, pecadores miseráveis, nenhuma das nossas transgressões, nem o mal que ainda persiste em nós;1 e que também encontremos em nós esta evidência da tua graça: que estamos plenamente determinados, de todo o coração, a perdoar nosso próximo.2
Resposta: “E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal”.
Isto é:
Somos tão fracos em nós mesmos, que não podemos permanecer firmes por um momento sequer.1 Além disso, os nossos inimigos declarados — o diabo,2 o mundo3 e a nossa própria carne4 — não cessam de nos atacar.
Queiras, portanto, sustentar-nos e fortalecer-nos pelo poder do teu Espírito Santo, para que não sejamos derrotados nessa batalha espiritual,5 mas que sempre resistamos firmemente a nossos inimigos, até que finalmente alcancemos a vitória completa.6
Resposta: “Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre”.
Isto é:
Tudo isso te pedimos porque, como nosso Rei, tendo poder sobre todas as coisas, tanto queres quanto podes nos dar tudo o que é bom;1 e porque não nós, mas o teu santo Nome é digno de receber toda a glória para sempre.2
Resposta: “Amém” significa: é verdadeiro e certo. Pois é mais certo e verdadeiro que Deus ouviu a minha oração do que o sentimento que tenho em meu coração de desejar isso dele.1
* Do hebraico shabbath, que significa “cessar”, “parar”, “descansar”.