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Dia do Senhor 28

Link: (1) JESUS INSTITUIU SUA CEIA: DELE RECEBEMOS O SINAL E SELO DO ÚNICO SACRIFÍCIO SALVADOR. – YouTube

LITURGIA

*Cântico de Entrada: Hino 06

*Invocação: Salmo 98

*Saudação: ““… graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Amém!” 

*Salmo 42:1-3

*Oração

*Leitura da lei: Êxodo 20 – perdão: Salmo 113

*Salmo 116:1-6

*Leitura: Lucas 22:19-23.

*Texto: DS 28-29.

*Ofertas

*Cântico final: Salmo 23b 

*Bênção final: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” (2 Co)

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Amada congregação de nosso Senhor Jesus Cristo,

A doutrina da ceia do Senhor é o tema do dia do Senhor 28-30 do catecismo de Heidelberg. Somos instruídos sobre os símbolos: pão e vinho, sobre a promessa que eles simbolizam e o conteúdo dela; por fim, nós temos os fundamentos bíblicos da promessa de Cristo para nós.

Agora, nós precisamos ser mais fortalecidos nessa promessa de Cristo proclamada no evangelho e firmada na ceia do Senhor. E para esse fortalecimento na doutrina da promessa e na promessa, eu anuncio as boas novas do evangelho sob o seguinte tema: JESUS INSTITUIU SUA CEIA: DELE RECEBEMOS O SINAL E SELO DO ÚNICO SACRIFÍCIO SALVADOR.

Vamos ao texto de Lucas… um historiador que fez uma pesquisa muito apurada e detalhada acerca do ministério de Jesus para dar o relato à Teófilo, um crente amigo seu. E aqui nós temos um resumo de quando e como o Senhor instituiu a ceia do Senhor.

O texto nos diz que o Senhor Jesus, na noite de páscoa, se reuniu com os discípulos em um lugar secreto e: 

E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.” (Lucas 22:19,20) 

Esse ato de Jesus deve ter chamado muito a atenção dos discípulos. As palavras de Jesus não eram comuns na cerimônia da páscoa judaica. Era noite de páscoa. Crianças, Jesus fez algo bem diferente. A noite de páscoa tinha uma celebração especial, uma ceia distinta, um cardápio diferente: um cordeiro bem assado, ervas amargas, o povo tinha que estar bem vestido (como se fosse fugir rapidamente).

Mas notem que é estranho, Jesus reforça o pão e o vinho, que nós não sabemos nem como o pão (sem fermento) e o vinho passaram a fazer parte na ceia da páscoa. O pão tudo bem, pois Deus já havia ordenado o pão, e sem fermento. Mas o vinho, de onde vêm?

Mas notem que não é apenas esse elemento que chama atenção ao que Jesus está fazendo, mas também que não é o cordeiro e as ervas amargas que estavam recebendo a ênfase na cerimônia/celebração da ceia da páscoa. O Senhor Jesus dá atenção a pão e vinho, e refere-se ao cálice da nova aliança. 

Outra coisa que deveria ter chamado atenção dos discípulos, uma aliança que havia sido prometida por Deus via profeta Jeremias lá no capítulo 31:31-32; onde o Senhor diz que chegaria um tempo em que Ele traria uma nova aliança, na qual Ele escreveria no coração de Seus discípulos a Sua lei, tiraria o coração de pedra, daria um coração de carne e demarraria o Espírito Santo sobre filhos e filhas, uma nova aliança.

Outra coisa muito estranha é que Ele ligou o pão e o vinho à Sua carne e sangue, acrescentando uma promessa salvadora (cf versos 19 e 20). E então, o Senhor Jesus ordena aos discípulos a prática dessa ceia, quando diz: “fazei isto em memória de mim“.

Dessa forma, Jesus não olha para a páscoa, mas pega aqueles elementos daquela ceia dEle e diz: “fazei isto em memória de mim“.

A ceia segundo Jesus seria um memorial. Sabe o que é isso crianças? É quando traz à memória (memorial). A ceia seria um memorial de Jesus, da obra dEle, daquilo que Ele era e do que faria. “fazei isto em memória de mim“.

Imagine quanto isso foi diferente… imagine só se um pastor chegasse aqui na hora da pregação e começasse a fazer um monte perguntas… vocês talvez se perguntassem: “Oxi pastor, nesse momento o pastor não costuma fazer perguntas e nem nós respondermos“, iria achar estranho. Imagine o impacto dessa modificação para os discípulos que, como crianças, desde cedo, estavam acostumados ao rito da páscoa, e então Jesus faz algo estranho naquela páscoa.

Imagine a estranheza, muito mais porque não sabiam o que aconteceria com seu Amado Mestre algumas horas depois. Crianças, algumas horas depois, Jesus seria preso, levado por soldados, torturado, chegaria à cruz, morto de modo terrível. 

Porém, o que essa diferença também nos chama a atenção? Porque aqui Jesus estava instituindo a ceia dEle, como sinal e selo do sacrifício salvador que Ele ofereceria na cruz no calvário, era um marco na história da salvação que o Senhor havia prometido; temos o tempo de mudança na administração da aliança da graça. Temos o Senhor tirando a velha páscoa que chegará ao fim com a morte de Jesus na maldita cruz e estabelecendo a nova aliança no Seu sangue; e nesse momento de transição, o Senhor está instituindo um novo sacramento para uma nova aliança, a ceia do Senhor, para os Seus discípulos.

E olhem que a cruz ainda não aconteceu, está na transição. AINDA a antiga aliança está vigente, mas é a aurora da nova aliança que Jesus está estabelecendo o sacramento. Sabe a aurora? Quando o sol está nascendo e você vê a claridão chegando e as trevas indo embora? Aurora.

Por isso, é muito importante nós entendermos aqui que quando nós estamos a cada terceiro domingo do mês celebrando a ceia do Senhor, não é a páscoa que comemoramos quando ceiamos. Páscoa pertencia à antiga aliança, a santa ceia pertence à nova aliança prometida a Israel, e feita real por Jesus Cristo para nós. A páscoa fortalecia os crentes na ação salvadora divina ainda a ser consumada no futuro. Mas a santa ceia fortalece a fé dos crentes na ação divina salvadora passada e que já foi consumada em Cristo Jesus. A páscoa era o sacramento da sombra de Cristo e da Sua obra futura que falava à Israel, apontando para o cordeiro de Deus que ainda seria morto para a nossa salvação. Mas a santa ceia aponta para o Cordeiro de Deus que veio e morreu para nossa salvação. 

Por isso, quando você toma a ceia do Senhor hoje ou participam do culto apenas assistindo à ministração do sacramento (como nossos filhos) não vemos um rito judaico da igreja do Antigo Testamento, mas provamos do ministrar do sacramento da nova aliança, do Cordeiro de Deus tipificado na páscoa, da nossa comida e bebida para a salvação.

Jesus está nos ensinando essas verdades naquela noite em que foi entregue, o sinal e selo da Sua obra salvadora, ali foi marcada a transição, pouco antes da Sua morte. Estabelecendo um meio de graça para Sua igreja no Novo Testamento.

Agora a santa ceia é o sacramento que alimenta a fé dos discípulos da obra salvadora que Jesus realizou na cruz. E, nesse sentido, a ceia será o sinal e o selo do único sacrifício salvador.

Vejam bem, falamos de SINAL e SELO. Como SINAL, a ceia torna visível uma realidade invisível. Você sabe o que é isso… tornar visível uma realidade invisível. Quando vocês estiverem indo para casa, no trânsito, e olharem para uma placa de trânsito (curva acentuada à direita), ela prepara você, é um sinal, visível, está mostrando à você o que está mais à frente no caminho. A placa sinalizou. A ceia é um sinal, torna a realidade do único sacrifício de Jesus que me salvou da justa ira de Deus contra o meu pecado e me garantir a vida eterna. É o sinal de que Jesus é o que alimenta e nutre a minha alma para a vida eterna. “Eu não consegui ver o que Jesus fez na cruz, Sua ascensão no céu, e nem sei como Jesus transfere as graças espirituais necessárias quando eu tomo o pão e o vinho, como Ele faz essa promessa ser real para mim, é um mistério/sacramento; mas a ceia é dada como um sinal para eu entender“.

Jesus pegou refeições comuns àquela época, pão e vinho (vinho de verdade), tão certo como eu tomo e sou nutrido em meu corpo, a ceia é o sinal daquilo que Jesus faz na minha alma.

Também falamos de SELO, algo que garante/assegura/é certo que vai acontecer/é uma garantia que essas promessas que acabei de falar são reais. Jesus instituiu o sacramento para ser um meio de graça (instrumento que Deus usa para dar salvação e manter a salvação; no caso da ceia não dá salvação, mas nos mantém a fé que o Senhor nos deu). 

Veja que nosso tema dizemos que JESUS INSTITUIU SUA CEIA: DELE RECEBEMOS O SINAL E SELO DO ÚNICO SACRIFÍCIO SALVADOR. O único sacrifício para nossa salvação é Jesus, o único sacrifício para que sejamos salvos da ira de Deus é Jesus, não há outro sacrifício que possa pagar nossos pecados à Deus e nos resgatar da ira e nos garantir justiça e santidade diante de Deus. Apenas o único sacrifício propiciatório/perfeito/eterno oferecido à Deus em nosso favor.

Isto é o meu corpo oferecido por vós” “este é o cálice da nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós“. O Senhor Jesus nos declarou assim.

E é interessante que, quando Ele deu esse sacramento, Ele queria que nós repetíssemos a ministração dEle até que voltasse. Isso cria uma distinção entre o sacramento da ceia do Senhor e o sacramento do batismo. 

Qual a distinção entre os dois? Pare para pensar. É claro que você deve estar pensando na água, enquanto o outro é pão e vinho (sim, os elementos são diferentes). A forma também (o batismo é feito em nome do Pai, Filho e Espírito Santo; na ceia do Senhor, vemos a Trindade envolvida na ministração, mas há uma repetição como o apóstolo Paulo anuncia em 1 Coríntios). Contudo, o batismo só se ministra uma só vez a uma mesma pessoa (conforme a CF de Westminster diz literalmente). A ceia do Senhor não, é um meio de graça que se repete. Pode se repetir toda semana? Sim, a igreja no período apóstolico ministrava semanalmente (pregação e sacramento semanalmente). 

Com o tempo, a igreja “saiu do caminho”, começou a misturar superstições a ponto de desconfigurar a ceia do Senhor a ponto de transformá-la na abominação que é a missa do papa. E, quando chega a reforma, por diversos fatores, a ceia do Senhor é restituída; e dependia das igrejas se queriam ministrar diariamente, semanalmente, mensalmente; e acontecia quando faltavam ministros da Palavra que a ceia do Senhor era ministrada em até de 4 em 4 meses. 

O Senhor quer que a ceia seja um meio de graça repetitivo para fortalecer a nossa fé trazendo-nos à memória aquilo que Ele é o que fez, alimentando nossa fraca fé, cada vez mais alimentada espiritualmente com Cristo que está à destra de Deus.

Por isso, quando você chegar na próxima ceia do Senhor, você vai ver o pão e o vinho, o pão sendo partido, o vinho derramado no cálice, e o comer e beber desses elementos será com o objetivo de se alimentar espiritualmente do Cristo assentado no céu. Comer e beber que trazem à nossa lembrança um tempo passado e de uma pessoa amada no passado. 

Acho que todos nós temos essa experiência aqui. Acho que alguns irmãos aqui estão com seus pais bem longe (geograficamente também). Eu acho que quando chega uma certa idade você tem mais esse tipo de experiência, da comida ser algo que traz à você lembrança do passado, de pessoas amadas, não é? Como come uma comida ou toma algo e parece que aquilo te transporta em memória ao seu tempo de infância na mesa da casa de seu pai ou vovó querida. Não acontece isso com você?

Deus sabe jogar com nossos sentimentos, pois Ele criou nossos sentimentos, essa capacidade tão maravilhosa de sentir coisas boas. Veja como Deus quer usar a próxima ceia e todas as demais, para que você tenha sua mente transportada para Cristo e Sua obra. O Senhor quer lembrar à você que naquela maldita cruz o Jesus foi partido em seu favor, JEsus quer lembrar o amor que Ele tem por você a ponto de se derramar literalmente derramar o Seu sangue naquele maldito madeira. Quando você tomar a próxima ceia, sentir o cheiro do vinho e do pão, você poder imaginar/ser levado à Cristo e à Sua obra que é o verdadeiro alimento que nutre a nossa alma para a vida eterna. 

E é impressionante esse mistério, porque não é só uma coisa que tem a ver com memória, mas também tem a ver com o espírito. Se você pega o artigo 35 da CF Belga para estudar como é descrito o mistério da ceia do Senhor, ele diz que é um mistério, não entendemos como/os detalhes, mas quando por fé tomamos a ceia, esse fator de memória (levar você para Cristo), o Espírito naquele momento usa aquilo para alimentar você em Cristo, para fortalecer a sua fé. 

A igreja antes da reforma caiu em um labirinto de misticismo que para entender e falar sobre isso criou a doutrina supersticiosa da transubstanciação. Infelizmente, nem nosso irmão Lutero nem os luteranos conseguiram se soltar e desamarrar desses conceitos e mantiveram um certo conceito de presença real de Cristo nos elementos, aquilo que chamaram de consubstanciação. Eles queriam entender o mistério do sacramento, mas acabaram por se levar por sugestões malignas ou enganos que não tem a ver com a verdade.

Mas no momento que você está tomando a ceia do Senhor em fé verdadeira, algo de maravilhoso e misterioso está acontecendo, e sua alma está sendo alimentada/fortalecida com Cristo. Não que Ele esteja nos elementos, pois está à destra de Deus, mas espiritualmente Ele vêm até nós e nos fortalece a fé e nutre para a vida eterna.

Por isso que a ceia, quando compreendida em sua profundidade, aquele rito que praticamos não é um rito oco, não está em si apenas sendo um cerimonialismo. É muito ruim quando a igreja perde essas realidades/verdades da ceia. Quando você chega para tomar o sacramento, deve chegar com a certeza de que espiritualmente estará participando do único sacrifício feito naquela cruz, e dos dons salvadores (justificação e santificação) que Cristo conquistou para nós.

Isso é bem materializado na promessa: “corpo oferecido por vós/cálice da nova aliança derramado em favor de vós“. E isso nos deve trazer duas certezas:

1) Ele se sacrificou em meu favor, e por isso sou salvo da ira de Deus e considerado justo por Deus. Isso está expressado na resposta 75 (primeira parte).

2) Jesus mesmo, com seu único sacrifício, me alimenta e nutre minha alma para a vida eterna. Isso está expressado na resposta 75 (segunda parte).

Portanto, não posso tomar a ceia da mesma forma. Toda vez que estiver no culto em que se administra a ceia, devo olhar e participar como um participar espiritual. 

Por isso, devemos elevar nosso coração à Deus (sussuncorda em latim, como era dito na antiga forma de participação da ceia). Faço um desafio para as crianças mais curiosas aqui: quando você estiver ouvindo a forma da ceia, você identifique essa expressão sussuncorda quando o pastor disser: ‘levante o seu coração à Jesus que está à destra de Deus‘ – ali é o sussuncorda. Irmão, quando você estiver no culto, prestes a receber os elementos da ceia, você deve elevar o seu coração à Cristo que está à direita do Pai, tomar o pão e o vinho, toma o corpo crucificado de Cristo e bebe do sangue derramado na maldita cruz, você faz isso quando toma a ceia. Mas você faz isso como? Como você toma Cristo? Como se alimenta de Cristo? Já dei a dica à vocês. Você come e bebe o Cristo em um certo sentido. Quais são eles?

a) Comer e beber é igual a ter fé verdadeira na obra de Jesus. Aceitar de todo o coração todo o sofrimento e a morte de Cristo, e assim receber o perdão de pecados e a vida eterna. De onde tiramos isso? João 6:35 e 47-54. O Senhor Jesus Cristo ensinou a comer e beber nesse sentido quando estava falando à multidão que pedia pão terreno. “Dá-nos pão, você multiplicou um dia atrás, dá de novo”. O povo estava atrás de Jesus apenas por causa do pão que enche o estômago. Jesus diz que eles trabalhavam pelo pão que perece, então Ele se apresenta como o pão que desceu dos céus/alimento para a vida eterna. 

E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.” (João 6:35)

Ele fala de comer e beber no sentido de crer, uma figura de linguagem.  No verso 40 Ele repete essa explicação:

Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:40)

Crer = comer e beber. E por isso verá no verso 52 em diante o quanto as pessoas ficaram confusas. “Será que está dizendo que temos que virar canibais?” E Jesus diz novamente que é crer! 

Na resposta de número 76, nós temos a primeira parte do que significa comer e beber – aceitar de todo o coração todo o sofrimento e morte de Jesus Cristo, e assim receber o perdão dos pecados e a vida eterna. Corretamente ligado à João 6.

b) Estar unido à igreja de Cristo. Pergunto a você: “o que é a igreja?” A igreja não é o prédio, mas o corpo de Cristo. Quando Cristo nos dá a Sua ceia, Ele nos une cada vez mais à Ele. “O que somos dEle?” Corpo. Quando nós tomamos por fé verdadeira, o Senhor Jesus Cristo está confirmando que somos membros desse corpo místico que se chama IGREJA.

Lembre-se do que o apóstolo Paulo falou aos coríntios que participavam dos banquetes pagãos, exortou que participar da ceia e daqueles banquetes era contraditório/pecado/trazer selo de Deus. Porque quem participava daqueles banquetes tinham parte com os demônios naquela idolatria. Porque da mesma forma quem participa da ceia do Senhor, tem parte com o próprio corpo do Senhor, corpo místico. “Então, não era algo apenas de vou ali comer um churrasquinho de apolo/artemis, vou aproveitar aquela boca livre”. Não tinha nada a ver com isso, era uma ligação espiritual. O apóstolo Paulo diz: “Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo/participar do sangue e corpo de Cristo?” A resposta é sim.

Veja então, o que ele afirma, “porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo, porque todos participamos do único pão.

Você entende que, quando você chegar aqui no terceiro domingo, e ver os membros participando daquela ceia. Não é mero pão e vinho, é algo muito mais profundo. É você ser introduzido cada vez mais a Cristo e aos dons de Seu Espírito. 

Vocês jovens, que estão sendo preparados para tomar a ceia do Senhor, que foram batizados quando criança, vocês devem estar muito e profundamente cientes do que vão fazer. Vocês já fazem parte do corpo de Cristo e da aliança de Deus, mas vão chegar a um nível mais hard, plenitude. Jesus vai, cada vez mais, te fazer participar desse corpo e dEle. Isso significa comer e beber também.

Nos faz pensar nessa dimensão espiritual quando tomamos a ceia e participamos da membresia da igreja, ver mais profundamente o tomar a ceia, comer e beber juntos. Nós sabemos que comer e beber junto é um significado muito importante, veja nas festas de casamento. Você não convida qualquer um pra festa do seu casamento, mas normalmente chama pessoas que tem afinidade/parentes/amigos/amados. Senta em mesas, diz que você é meu amigo, minha família, tenho comunhão com você. Quando nós estamos na mesa do Senhor com meus irmãos, é muito profundo. Por isso, não é atoa que Ele trouxe uma refeição na nova aliança, para falar da comunhão profunda comigo e com você.

Ele diz: “vocês são meus e Eu Sou de vocês“. É profundo isso. Quando estamos na mesa com o Senhor, com o Seu corpo, marido e esposa, mesa de boas. Lendo esse sermão, chega dá vontade de ministrar a ceia logo depois dele.

Imagine você, que festa espiritual é essa, temos comunhão com o Rei, união espiritual profunda com Cristo e nossos verdadeiros irmãos, unidos cada vez mais com o corpo de Cristo. Por isso, não é atoa que o catecismo fala “portanto, embora Cristo esteja nos céus e nós na terra, somos carne da Sua carne e osso dos Seus ossos. Vivemos eternamente e somos governados por um único Espírito, assim como os membros do nosso corpo o são por uma única carne.

Concluindo, em primeiro lugar, quando você vier à mesa do Senhor na próxima ceia, que sua mente esteja encharcada deste refrigério. Pense: “Senhor, estou sendo preparado para comer o Teu corpo e beber o Teu sangue. (Não porque esteja no sacramento, já expliquei isso) Por Tua graça me fizeste aceitar de todo o coração o Teu sacrifício em meu favor. Aleluia. Sim, a Tua graça em mim Senhor, me fez crer. E só por causa de Ti, tenho o perdão completo de todos os meus pecados. Aleluia. Nada vai me condenar mais, eu tomo a ceia com essa certeza do que Jesus já fez“. 

Em segundo lugar, você chega com um sentimento profundo em seu coração, louvando a Deus pelo dom do Espírito Santo. “O Espírito Santo foi me dado para que a justiça e santidade de Cristo sejam minhas, para que eu pudesse assim estar unido com meus irmãos que estarão na mesa, para desfrutar do sacramento e do Espírito que vive em mim, em Cristo, em nós. Um banquete do Espírito. Aleluia“.

Terceiro: quando estiver vindo à ceia do Senhor, venha adorar a Deus no culto. Venha de modo especial provar os poderes do mundo vindouros que já nos são administrados para nós no culto. Venha faminto, com a alma faminta de Cristo, porque somente Cristo pode saciar a tua alma/matar a fome da sua alma. O seu ego não alimenta sua alma/sua pornografia não alimenta a sua alma/o seu entretenimento não alimenta a sua alma/a sua carreira neste mundo não alimenta sua alma/o seu consumismo não alimenta a sua alma/a sua busca por conhecimento não alimenta sua alma/nenhuma outra idolatria, nada neste mundo alimenta sua alma/só Cristo/só Cristo/só Cristo pode dar saciedade à sua alma faminta. Só Ele!

Enquanto você não se dobrar a isso, sua vida será insaciável com o lixo da carne, do mundo e com as decepções da sua vida. Só Cristo é o alimento para nossa alma, porque só Ele é o Salvador dado por Deus para matar a fome de nossa alma por meio de Sua obra, morte e ressurreição.

Quarta: Tenha em alta estima a ceia do Senhor. Apesar do corpo do Senhor não estar no pão e vinho, Ele instituiu o sacramento para alimentar e refrigerar com Seu sacrifício vivo. A alto estima pelo sacramento, seu significado e uso pelo Senhor está bem expressada nas palavras de Paulo em 1 Coríntios 10. O Senhor tem alta estima pela ceia. E quando você entende a alta estima pelo Senhor e o seu uso para o seu bem, não achará a ceia do Senhor dispensável. Vai cuidar da sua vida, será zeloso nos cultos, zeloso nos mandamentos; principalmente naqueles em que há ministração da ceia.

Venha com a alma faminta, pois Ele é o alimento da nossa alma para a vida eterna. Na verdade, você deve viver faminto! Sabe quando o menino está naquela idade que come tudo, você tem que esconder dele folha de papel, livro, bola de gude, moeda, biscoito. Come tudo, igual lagarta! O crente deve ser faminto por Cristo. Já notou quanta porcaria consumimos na semana? Já notou com quanta fome e sede corremos para chegar em nosso celular quando esquecemos em casa? Se tirar, você dá logo uma crise de abstinência, mata muita gente hoje. 

Mas chegue na igreja, na ceia do Senhor com fome e sede, “Senhor, alimenta e sacia minha fome e sede de Ti.” Quando for sentar para participar, diga: “Senhor, obrigado pelo Pão da vida que é Jesus, que alimenta minha alma com o evangelho pregado, visível e palpável na ceia.” Quando for receber o elemento, ore, se não souber o que dizer use trechos da Bíblia ou até trechos do catecismo e transforme em oração, pode ser o trecho final que será nossa oração para finalizar o sermão. 

Tomar a ceia não deve ser a mesma coisa para você depois de cada palavra do evangelho que ouviu.

Fechem os olhos, vamos orar: “Ó Pai amado, embora Cristo esteja no céu e nós na terra, somos carne da Sua carne e osso dos Seus ossos; e vivemos eternamente e somos governados por um único Espírito. Assim como os membros os são por uma única alma. Te agradecemos por Teu Filho Jesus ter instituído a ceia. Agrademos porque dEle recebemos o sinal e selo do único sacrifíco salvador que Ele fez em nosso favor. Agradecemos pela pregação do evangelho essa manhã, bendito seja o Teu nome pelos séculos dos séculos, amém!