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Levítico 23:4-5

Link: https://www.youtube.com/watch?v=1MB9sbssZ6s

LITURGIA

*Cântico de Entrada: Salmo 117

*Invocação: Salmo 113

*Saudação: “A todos os amados de Deus… chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Rm 1)

*Salmo 138

*Oração

*Leitura: Êxodo 12:1-30

*Texto: Levítico 23:4-5

*Salmo 124

*Credo Niceno

*Oração (Arielle, Ludmila, avó do Renato, Gestação de Helen, IRs no mundo)

*Ofertas

*Cântico final: Hino 25

*Bênção final: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” (2 Co)

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Amada congregação do nosso Senhor Jesus Cristo, 

Nós temos começado uma série de sermões que direciona a nossa atenção para as festas fixas do Senhor/as festas que Ele estabeleceu para o Seu povo e que estão registradas no capítulo 23 de Levítico.

E como nós vimos anteriormente, quando lemos o AT, devemos ler à luz do NT, para que possamos entender a mensagem de Jesus que já nos é anunciada no AT. 

Em particular, tratando dessas oito festas registradas aqui pelo Senhor à igreja, nós devemos entender que elas eram sombras de Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo diz em Colossenses 2:16-17: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.

Essa é a palavra do apóstolo Paulo à igreja em Colosso que estava sendo ameaçada por um tipo de heresia que dizia aos crentes para que eles fossem crentes e salvos, deveriam também manter o cerimonialismo das leis do Antigo Testamento.

Então, o apóstolo Paulo protegendo a igreja diz que aquelas festas eram sombras de Cristo, elas anunciavam a realidade que havia de vir. E ele mesmo diz que essa realidade é Cristo Jesus. Sendo assim, nós podemos encontrar Jesus em cada uma das festas/dos oito ritos que Deus estabeleceu em Levítico 23.

Na pregação anterior, vimos Jesus sendo encontrado na festa do sábado, e hoje nosso interesse é buscar Jesus nessa outra festa chamada páscoa.

ENCONTRANDO JESUS NA PÁSCOA

Ora, três festas eram celebradas na primavera de Israel: a páscoa, a festa dos pães asmos e a festa das primícias.

Normalmente, até no texto de Levítico, vemos que a festa dos pães asmos estava muito estreitamente relacionada com a páscoa. Tanto que no decorrer do tempo, quando você falava de páscoa, as pessoas entendiam como festa dos pães asmos e vice-versa.

Era parecido ao que acontece hoje, quando as pessoas dizem: “Vamos comemorar o ano novo?” Você então logo pensa em qual dia? Dia 31 de dezembro. Mas qual é o dia da festa de ano novo? Dia 01 de janeiro. Porém, são coisas distintas. A véspera passou também a ter um sentimento ligado ao dia propriamente dito. A mesma coisa acontecia com a festa da páscoa e dos pães asmos.

Elas eram muito próximas umas às outras. A páscoa era no décimo quarto dia, pães asmos no décimo quinto e no décimo sexto a festa das primícias. A páscoa é a festa onde queremos encontrar Jesus, então vamos nos limitar a ela nessa pregação. As demais veremos em outro momento.

O texto de Lev 23 não dá muitos detalhes sobre a festa da páscoa. Vejamos no texto (ler o texto novamente).

Aqui só fala o dia em que será comemorado a páscoa. Se você quer aprender mais sobre esse rito, você precisa ir para Êxodo 12:1-30 (primeira instituição), depois Números 9:1-14 e também em 2 Cr 35 (páscoa no tempo da monarquia). A partir desses textos, você consegue maiores detalhes sobre a festa.

Crianças, vocês sabem quem estabeleceu a páscoa? Foi Moisés? Não, a festa da páscoa foi estabelecida pelo Senhor por ocasião daquela grande obra de redenção operada por Deus. Você sabe que obra grandiosa é essa de redenção operada por Deus? É a libertação do Egito. Ali há a grande obra de redenção que Deus manifestou ao Seu povo no AT (Êx 12).

Quando Deus, antes de retirar o Seu povo, logo após as nove pragas lançadas sobre o Egito, em que revelou Sua soberania sobre os falsos deuses egípcios. Deus prepara a tacada final, a décima praga, quando Ele arrebenta de vez todos os falsos deuses do Egito. Ele arrancou dos egípcios todos os primogênitos (homens e animais). Ele apresentou o Seu poder a todos eles / ninguém pode proteger a vida deles contra Javé, só Ele é Deus.

Deus estabelece na noite da retirada a festa que seria um memorial para libertação/redenção promovida pelo próprio Deus que tiraria o Seu povo amado da casa da servidão, onde o povo estava ali vivendo durante mais de 400 anos debaixo do domínio do malvado faraó, rei do Egito. Essa festa seria esse memorial maravilhoso de redenção/libertação.

E essa páscoa passou a ser a primeira das grandes festas. Sim, como vimos, a primeira festa do povo de Deus era o sábado semanal, mas me refiro às grandes festas. A primeira, tanto na ordem (calendário) quanto na importância (porque Deus dava corpo/manifestava/revelava à grande redenção/tornava na visão do povo o concreto de que Ele é o Deus redentor de Israel).

Foi na Páscoa que Deus também revelou a profunda verdade de que a base da aliança dEle com o Seu povo é o sangue. E Ele mostrou que a salvação viria, mas pela morte, por meio da morte de um cordeiro, de um substituto do povo.

Então, perceba a importância da didática da redenção que está corporificada na páscoa. Deus tem uma aliança com Seu povo, essa aliança tem por base o sangue de um cordeiro, Deus é o Salvador que dará um cordeiro ao Seu povo e por meio da morte desse cordeiro que substitui o Seu povo, debaixo da Sua ira Deus proverá redenção por pura graça, porque por pura graça Deus aceitaria um cordeiro sem defeito, sacrifício substitutivo.

A páscoa nos traz duas importantes verdades:

  1. A primeira verdade é que era uma terrível verdade.
  2. A segunda verdade é uma consoladora verdade.

Qual a terrível verdade que há na Páscoa? A terrível verdade é que a redenção do pecado teria um alto preço. A morte de um cordeiro pregava a redenção. Lembre-se e entenda que quando nós pensamos em redenção, devemos entender que ela não acontece de graça. 

Como assim? Sempre ouço que a redenção é por pura graça! Preste atenção, ela é de pura e inteira graça para o redimido/libertado (receptor), mas ela não é de graça para o redentor!

A páscoa era de graça para o libertado, mas o cordeiro tinha que dar a vida para o povo. Ele era o elemento central da refeição, que testemunhava que um alto preço precisaria ser pago para que a liberdade do povo de Deus fosse assim concretizada e o povo liberto da morte.

Eu disse que o cordeiro era o elemento central da refeição. Por que refeição? Você sabe que a páscoa era uma refeição, não é irmão? E não havia chocolate para as crianças. Vocês viram crianças se havia algum coelho ou chocolate em Ex 12? 

Mas a páscoa era uma refeição que falava de um alto preço e que um cordeiro seria morto como pagamento dessa redenção. A morte não tem um doce sabor. A páscoa tinha um cordeiro, mas havia outros elementos que pregavam a simbologia daquilo que Deus estava para fazer.

Então, vamos falar sobre algumas características da páscoa:

A páscoa era uma refeição familiar e íntima. Quando você lê Ex 12, Deus ordenou que as famílias se juntassem e daí o cordeiro seria morto por aquela família. Se ela fosse pequena, teriam que chamar amigos ou vizinhos para participar. 

O cardápio era simples. Havia um cordeiro, escolhido no décimo primeiro dia do mês de habibe, mas somente morto no décimo quarto dia. Ele seria assado ao fogo e consumido por completo, e caso sobrasse algum pedaço deveria ser queimado por completo.

Não havia chocolate, mas ervas amargas. Essas ervas amargas poderiam ser um tipo de alface amargo, um tipo de rúcula.

Pães sem fermento/pães asmos.

Traje/roupa informal. Traje de uma saída rápida/informal, cajado na mão, roupa de saída. 

Por último, haveria a celebração sangrenta. A casa deveria matar o cordeiro sobre uma valeta junto à porta, e depois colher o sangue e passar nos umbrais e vergas da porta, cobrindo os quatro cantos da entrada para que Deus livrasse o povo quando o anjo da morte estivesse passando/páscoa pelas casas dos judeus, ele veria o sangue do cordeiro e passaria, não entraria na casa e nem mataria os primogênitos.

Esse era o ritual daquela primeira refeição, havia essa verdade terrível sendo assim pregada na páscoa. Deus estava mostrando a terrível mensagem do alto preço a ser pago, fazendo isso por amor ao Seu povo, pois Deus estaria matando o cordeiro por amar ao Seu povo, Deus não esqueceu o Seu povo na casa da servidão, Ele estava pronto a ouvir o Seu povo oprimido pela escravidão.

Essa verdade terrível nos deve fazer pensar para não sermos levianos quanto ao preço pago pela redenção. Não existe almoço/cinema/ônibus grátis! Alguém está pagando a conta. A redenção é a mesma coisa, é de graça para quem recebe, mas alguém está pagando.

Falo isso por nós, por fraqueza/ignorância/pecado, não valorizamos a redenção. É, Jesus redimiu… Você para e pensa sobre o tamanho preço que foi pago? Nós reformados enfatizamos que fomos redimidos por pura graça, e é muito estranho que a nossa vida espiritual é só relaxamento espiritual, descuido espiritual, preguiçosos para as coisas de Deus, mal lemos a Bíblia/oramos durante a semana, sempre indispostos a participar das reuniões da igreja, lerdos para agir em prol e em gratidão ao Deus que matou o cordeiro dEle para nós assim recebessemos a libertação. Ele pagou o alto preço!

Então, parece que nós reformados, pelo fato de sermos tão conscientes que a nossa redenção é por pura graça e você pode se sentar na cadeira da igreja e viver uma vida relaxada e dizer: “Olha, quando tiver perto do céu, toque em mim para que eu acorde e veja a entrada.” 

Quando nós não somos levianos com a redenção, isso se mostrará em nossa vida. A oração terá um sabor diferente, cada abertura do evangelho da redenção quando lido terá um sabor diferente, cada culto que eu vá terá um sentimento diferente em meu coração, cada vez que pela graça e Espírito de Deus estiver buscando a santidade isso terá outro sabor, eu vou olhar para os meus irmãos com um olhar de amor e paciência/sem pensar o pior dele, se eu entendo que a redenção custou um alto preço eu não serei um crente leviano espiritualmente. Eu estarei honrando, buscando ser grato a Deus, vivendo mais e mais dessa redenção. Medite mais nesta verdade terrível do alto preço da redenção.

Mas há uma segunda verdade, que é uma consoladora verdade, pois nos traz paz.

A redenção na páscoa traria consigo uma nova vida/novo status para o povo de Deus. Desde a primeira páscoa, os que eram escravos estariam livres para viver a adoção de filhos. Veja! 400 anos de escravidão, agora livres! De escravos para filhos do Deus que é Senhor de todos! Claro que Deus havia dito por Moisés ao faraó que Israel era Seu primogênito, que o deixasse ir. Quando Ele fala por Os 11:1 – Do Egito, chamei o meu filho. 

Mas quando você prova a libertação após tempo de sofrimento, quando você está padecendo por conta do pecado/carne/mundo/diabo, sufocando e prendendo, causando confusão na alma… “Será que eu sou filho de Deus? Eu sofro tanto… com minhas tentações e pecados… estou nessa situação de medo.” Talvez você passou ou está passando por isso. Daí nós duvidamos da nossa filiação com Deus, e é quando Deus nos mostra no evangelho da páscoa e diz: “Calma!”

E quando você sai desse estado e chega um momento de refrigério na alma, você começa a entender aquele nosso status.

Nós somos filhos de Deus, Ele olha para nós, Ele resgata e nós passamos a desfrutar a adoção de modo tão profundo como não provamos antes. Começamos a viver como filhos, mesmo tendo que lidar com os vícios da escravidão, que são retirados pelo Espírito de Deus com o tempo. 

Nossa carne ainda busca estimular esses vícios, mas quando chegamos à verdade consoladora da páscoa, vemos que éramos escravos e Deus nos tirou para provar a adoção de filhos. Deus fez uma nova vida para nós.

Você já percebeu que a igreja seguia o calendário agrícola dos egípcios por 400 anos? E Deus quer um novo tempo, novo calendário. O mês da retirada do Egito será o primeiro mês da sua vida. Ele faz isso para conscientizar o povo da mudança.

Há paz para viver em abundância, um novo calendário, tudo se faz novo, uma recriação.

Deus estabeleceu a páscoa em Êxodo, mas entenda que a festa foi sofrendo mudanças na forma, não na essência. O modo como seria celebrada a páscoa foi alterada, mas a essência/natureza do evangelho na páscoa se manteve.

Alguns exemplos: 

*No tempo da peregrinação para Canaã ela só ocorreu duas vezes, na saída e quando havia passado um ano no deserto. Apenas 39 anos depois foi comemorada a páscoa, já com Josué (Js 5:10), e no decorrer do tempo o ritual foi alterado na forma. 

*Em Canaã, até os dias de Jesus, ela deixou de ser familiar e comida às pressas, e quando chega o tempo de Jesus ela passa a ser uma festa comunitária. 

*Naquele tempo de Jesus, desde que o tabernáculo/templo foi construído em Jerusalém, a páscoa passou a ser daquelas festas de peregrinação, o povo deveria deixar as suas casas e se dirigir à Jerusalém para celebrar a festa ao Senhor. 

*E também o cordeiro seria agora imolado pelo Sumo Sacerdote em Jerusalém simbolizando todos os cordeiros que morreriam, diferentemente da primeira páscoa que as famílias imolavam um a um. As famílias continuariam a comer em suas casas, mas o ritual era feito em Jerusalém pelo Sumo Sacerdote. E, olhando para o tempo de Jesus, o rito da páscoa já estava bem elaborado.

No tempo de Jesus, era o sacerdote que no décimo dia do mês de nisã, sob o som de trombetas (festa impressionante), ele chegava e examinava um cordeiro para ver se aquele animal era sem defeito, daí declarava que aquele cordeiro estava apto para a imolação, ou seja, para ser morto em sacrifício.

Então, o cordeiro sem defeito, era exposto na praça do templo no dia 14 de nisã. Assim, o sumo sacerdote às 9h da manhã o amarrava em uma estaca de madeira. Quando chegava às 15h da tarde, o tempo do horário do sacrifício, o sumo sacerdote pegava um tipo de faca (cutelo) e exatamente às 15h cortava o pescoço do cordeiro, e o sangue dele caía em uma bacia. Ele era morto precisamente nessa hora. O sangue era derramado na base do altar. Quando ele fazia aquela morte do cordeiro, ele dizia após a oferta pacífica: “está consumado”.

O sumo sacerdote cortava o cordeiro, o sangue descia naquela bacia e ele dizia “está consumado”. E nesse momento os levitas estavam cantando os salmos da páscoa (salmos 113 até 118), louvando a Deus enquanto o cordeiro era morto e colocado sobre o altar.

Vejam meus amados irmãos como Deus trabalha, como na páscoa nós vemos Jesus sendo apresentado para nós. Creio que você que lê o que estava acontecendo com Jesus a partir do 10º dia quando ele vai à Jerusalém, quando Ele vai resolutamente à cidade para cumprir tudo o que estava escrito sobre Ele na lei e nos profetas.  No evangelho de João, você vê Jesus entrando ao décimo dia em Jerusalém, o dia quando o cordeiro começava a ser examinado pelo sumo sacerdote, Jesus começa a ser examinado de diversas formas por meio dos fariseus e saduceus, quando é visto que Seu ensino e vida eram o ensino de Deus, ninguém de seus opositores puderam encontrar defeito em Jesus. E quando chega mais próximo do 14º dia, Jesus é preso na noite da páscoa, após ceiar e instituir o sacramento da ceia do Senhor, Ele não pegou o cordeiro que estava lá sendo comido, mas Ele pegou o pão e disse isto é o meu corpo que é dado em favor de vós, Ele pega o vinho e diz isto é o meu sangue que é derramado em favor de vós depois dEle cantar os salmos da páscoa, Ele é levado para examinação no sinédrio, Ele é tão sem defeito que os sacerdotes tiveram que contratar falsas testemunhas, após Pilatos declarar Jesus inocente, sem culpa, por covardia e politicagem resolver soltar Barrabás, e levar Jesus à condenação de morte, Jesus é preso numa cruz. Não em uma estaca de madeira, mesmo que haja uma relação na palavra original entre estaca e cruz, mas em um madeiro/Ele foi preso, por pregos, e Ele foi crucificado exatamente às 9hrs, Ele estava sendo exposto à todos naquele momento em que o cordeiro é colocado na estaca para exposição às 9h. E quando chega às 15h, depois de todo aquele tempo sangrando no madeiro, o Salvador olha e diz: “Pai, está consumado!”

Notem irmãos que Ele fala a mesma frase que o sumo sacerdote dizia quando imolava o cordeiro: “está consumado”. Será coincidência demais? Não é! Nada disso é coincidência, não existe coincidência em Deus! Podemos até dizer, mas em termos de Deus, não há coincidências!

Nós vemos, amados irmãos, que Deus estava assim pregando na páscoa, Cristo o Cordeiro, eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E o Cordeiro estava ali dizendo “está consumado.”

Ele era ao mesmo tempo a oferta pelos nossos pecados e o Sumo Sacerdote que Deus nos forneceu para nossa salvação. E assim, Jesus estava apresentando a mensagem da páscoa nEle. A páscoa é obra do Senhor, Ele é a realidade da páscoa.

Quando nós estamos olhando para todo esse rito, bem solidificado nos dias de Jesus, nós vemos que Deus queria, por meio da festa da páscoa, que o povo encontrasse Seu Filho amado.

Desde o início, a intenção de Deus era que a festa fosse um retrato completo da redenção em Cristo Jesus. A festa da páscoa aponta para Cristo e nos dá lições maravilhosas. 

A verdade terrível está em Jesus, exposta a nós, o preço alto foi pago. Pedro diz isso no capítulo 1: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós.

O Cordeiro de Deus estava ali, o alto preço foi pago, todos os seus pecados passado/presente/futuro, o preço para que você seja salvo foi pago cabalmente por Jesus. E quem não tiver o sangue de Jesus sobre sua vida, ainda está debaixo da ira de Deus/passivo de Seu juízo, porque a redenção é para aqueles por quem o Filho morreu.

A verdade consoladora também nos é dita, veja que quando nós somos salvos por Jesus, o apóstolo João 1:12: “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;” Quando Jesus morre na cruz, Ele está nos tirando do império das trevas, o Pai nos retirou para o reino do Filho do Seu amor (cf. Colossenses). Nós estamos tendo agora um novo começo para viver o novo status, saindo da escravidão do diabo e do pecado (cf. Ef 2:1-3), mortos e escravos, Ele nos tira do vale da sombra da morte e nos leva para o Filho, nos liberta, redime, e nós assim passamos a desfrutar da adoção, uma nova vida. 

Sua vida agora não é mais debaixo da escravidão do pecado, mesmo que vícios do pecado ainda colem em você. É diferente. Você sente a força, mas não é escravo. Então, a verdade consoladora também está na obra de Jesus.

A festa da páscoa nos aponta, além das verdades citadas, algumas lições:

*Em relação ao pecado: o pecado dói/é amargo/faz mal/é morte. Lembre-se das ervas amargas da refeição, elas falam da amargura da escravidão, como é algo ruim. Entendam que, por mais que sua carne/mundo/diabo apontam para você que o pecado sempre vai te trazer vantagem e felicidade, isto é mentira! Nós temos aprendido de Deus, desde o Éden, que o caminho do pecado é a morte/faz mal. Será que precisamos de mais o quê para entendermos essa verdade sobre o pecado? Jovens, entendam que transgressão faz mal, dói, escraviza, mata! 

*Pecado é algo tão sério, tão mal, foi necessário a morte do Cordeiro de Deus. Será que a cruz, a agonia de Jesus das 9h às 15h (ponto máximo de Sua agonia, o Everest da agonia de Jesus) porque a ira de Deus estava sendo derramada sobre Ele para nos ensinar como o pecado é mal, dói e é morte. A cruz revela o pecado sem máscara/maquiagem. Não brinque/namore o pecado. Não brinque com impurezas, mentiras, a mulher/homem adúltera, não adule a amargura, a soberba, não diga bem-vinda seja a idolatria. O pecado é tão sério, tão sério, que foi necessário que o Cordeiro de Deus morresse.

*A redenção foi por pura graça. Mais de 400 anos no Egito, imagine um povo tão numeroso que era como cordeiros, não tinha força contra os lobos. A redenção não é operada pelo braço/força/méritos do homem, mas um ato da pura graça amorosa de Deus, quando Ele resolve partir com base na Sua aliança e resgata o Seu povo com braço estendido e mão poderosa, assim é a redenção, pura graça! Assim, Cristo nos mostra que a redenção que operou em nosso favor foi pura graça! Foi assim que Ele encarnou, viveu como um homem perfeito e justo, foi Ele que se pendurou na cruz, entregou a Sua vida para resgatá-la, Ele ressuscitou para ser a nossa Justiça, tudo por graça. Você não merecia e não tinha capacidade.

*Expiação. A palavra expiação é literalmente cobrir com sangue. O Cordeiro de Deus nos cobriu com o Seu sangue para que a ira de Deus não caísse sobre nós. Jesus tomou o nosso lugar, nos cobriu com o Seu sangue, é o Cordeiro de Deus recebido por Deus nos céus. Ele planejou a salvação para que uma expiação fosse feita. Na páscoa, a obra expiatória estava ali, e sua plenitude estava em Cristo.

*Justificação pela fé. Deus havia falado a Sua Palavra por meio de Moisés ao povo com todas as ordenanças sobre a páscoa. E o que o povo fez? Obedeceu. Nada além da palavra foi dada, mas pela fé o povo abraçou a palavra de Deus e obedece, mediante a fé de que aquele cordeiro seria o meio de livramento, Deus assim livra o Seu povo, justificação pela fé somente. O povo creu e obedeceu a palavra de Deus, e Deus assim imputou a justiça de Cristo a nós pela fé. 

*A filiação. O texto diz que Israel já era filho/adotado pelo Senhor. Vimos que em Os 11:1 diz que do Egito chamei o meu filho. A retirada do povo trouxe a liberdade para viver a adoção que Ele operou por graça. O sofrimento da escravidão passou, agora eles são peregrinos, andando sob o Senhor, Deus está com Seus filhos, dando à eles a benção da adoção. Nós podemos viver toda essa liberdade, podemos nos regozijar desse novo status/posição. Se você está em Cristo, não é mais filho do diabo. O Espírito da adoção está contigo, e ele clama: “Aba, Pai”. Veja irmãos, que nós possamos na época da páscoa no próximo ano direcionar nossos pensamentos para Jesus, a realidade da páscoa. Que a cada domingo/cada ceia do Senhor, vivamos a realidade do evangelho de Jesus.

Viva com a consciência tranquila de que aqueles pecados que você vivia e o pecado original (fonte de todos os pecados anteriores) foram perdoados pelo sangue do Cordeiro. Que a justiça de Deus que está em Cristo foi imputada pela fé à você. 

“Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.” (Apocalipse 22:17) Amém!