Pesquisar

Eclesiastes 2.1-11

Sermão do Pr. Elton Silva

Leitura: Eclesiastes 2.1-11

Texto: Eclesiastes 2.1-11

Amados irmãos no Senhor,

 “Vaidade de vaidade, diz o pregador, vaidade de vaidade, tudo é vaidade” (1, v.2). Bem, é assim que se inicia a discussão no livro de Eclesiastes. É uma afirmativa bem forte de Salomão; uma tese; uma conclusão que, a princípio, parece uma afirmativa exagerada: “TUDO é vaidade”! O que ele quis dizer com isso? Deixe-me explicar algo antes de vermos o que Salomão quis dizer; deixe-me explicar o que significa “vaidade”. Muitos em nossos dias e em nossa sociedade pentecostalizada, ao ouvir essa palavra pensam logo que estamos falando de algo relacionado a beleza e adornos pessoais (enfeites, roupas e coisas assim!). Todavia, a palavra “vaidade” como é usada por Salomão tem um sentido bem diferente disso. A palavra que se traduz por “vazio, sopro, vapor, névoa, fumaça”, como usada aqui, aponta para algo como “vacuidade, ausência de sentido, algo vão”. Assim, sua forte tese (TUDO é vaidade) significa, simplesmente, que tudo é sem sentido, tudo é vão; é como vapor e fumaça.

Mas, o que Salomão, realmente, quis dizer com isso (TUDO é vão)? De onde veio essa sua conclusão? […] Como vocês sabem, Salomão era um homem muito sábio. O homem mais sábio descrito na Palavra de Deus. E, como sábio, ele quis entender as questões básicas da vida: O que é bom? O que vale a pena? Qual seria o objetivo da vida? Como pode alguém satisfazer aquela sede atormentadora de encontrar “o fim desde o início” e preencher aquela “eternidade” no “coração” de todos os homens? (3.11). […] São, realmente, perguntas dignas de um homem sábio. Ele quer obter uma descrição vívida de como é a vida debaixo do sol; Ele quer avaliar o mundo (por assim dizer). Em verdade, depois da Queda de nossos primeiros pais (Adão e Eva), a vida da perspectiva de debaixo do sol, tem sido marcada por um ciclo interminável de nascer e morrer. Assim, não é de admirar que o sábio Salomão quisesse encontrar essas respostas.

No cap. 1, v.3 nós encontramos a pergunta que o conduziu a iniciar uma investigação intensa em busca de respostas; uma busca que envolveu toda sua vida. Acompanhe comigo o v.3: “Que proveito tem o homem de todo seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol? ”. Essa é a pergunta central do livro; e também do nosso texto; é a pergunta que o impulsiona a buscar respostas experimentais – não teorias lógicas, abstratas, apenas do campo da racionalidade, mas algo substancial. E nós sabemos que se existia alguém que podia desvendar os mistérios dessa pergunta, seria alguém como Salomão, a quem Deus tinha dado o maravilhoso dom da sabedoria.

Todavia, devemos confessar que essa é uma pergunta que também nos interessa muito. Quem nunca se questionou sobre o valor de tantas labutas? Quem não se perguntou sobre o que precisaria para ser mais feliz? Quem nunca disse: “se eu tivesse isso ou aquilo eu seria mais realizado, mais feliz”? Será que o trabalho árduo vai me proporcionar essas coisas? Será esse o sentido da vida? Onde posso encontrar a verdadeira satisfação, a verdadeira alegria de viver? Nos empreendimentos? Nos feitos/projetos? Nos prazeres transitórios do pecado? Onde? […] Vejam como o questionamento do sábio Salomão era/é importante! Ele nos coloca dentro da discussão, pois somos, muitas vezes, afligidos por questionamentos assim […]. Porém, hoje, o Senhor quer nos falar algo sobre isso.

Eu vos prego a Palavra de Deus no seguinte tema: Só Jesus provê o verdadeiro sentido da vida debaixo do sol.

Irmãos, o questionamento de Salomão é desafiador. Depois de o ouvirmos ficamos, realmente, desejosos de ouvir uma resposta sobre “Qual é o bem ou o proveito dos mortais”. Mas, tem algo muito interessante aqui. Salomão não levanta a questão e a solta no ar, deixando-nos por nossa própria conta na busca de uma resposta; não. Ele mesmo decide buscar uma resposta; ele decide investigar e buscar com sua própria experiência uma solução para esse dilema; por uma série de reflexões ele decide buscar entender “o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias de sua vida” (2.3). Ele é sábio e quer dá conselhos ao povo da aliança sobre o verdadeiro valor da vida […].

Nessa busca ele investigará várias áreas da vida e oferecerá sua própria situação para ilustrar esse intento. Em nosso texto (v.1-11), ele aborda o que tem sido o foco da vida dos homens desde muito tempo: prazer, riquezas e fama. Afinal, não seria essa a melhor forma de passar por esse ciclo de vida e morte ao qual estamos destinados depois do pecado?! Então, na busca de respostas, ele expõe os testes e provas que usou para desmascarar esses mitos e provar que TUDO é vão.

No v.1, somos informados de que Salomão conduziu uma experiência em sua vida.   Ele fala à sua própria alma dizendo: “Vem agora! Eu te provarei com a alegria; goza, pois a felicidade”. A palavra alegria em nosso texto é um sinônimo de prazer, de modo que Salomão está se dirigindo a testar um dos maiores mitos que ataca os homens: a busca do prazer e da satisfação pessoal. Assim Salomão começou seu teste por perseguir o prazer. Embora nosso texto não diga o caminho por ele percorrido, imaginamos como ele se deu a tudo que gostou, a tudo que quis tocar, sentir, gozar; ele experimentou todos os prazeres da vida. Não é sem razão que no verso 10, ele diz: “Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei meu coração de alegria/prazer alguma”. […] Irmãos, Salomão não se negou de nada; ele provou todos os prazeres possíveis! Ele se tornou uma espécie de hedonista (aqueles que acham que o prazer é o bem supremo). Viveu a vida conforme se pregou na expressão latina Carpe diem, ou seja, “aproveite a vida; viva o momento; não gastando tempo a não ser com aquilo que pudesse lhe render prazer imediato”. Ele viveu sem medo ou preocupações do futuro […]. Ele viveu a vida que é o objeto de desejo de muitos […]. Podemos imaginar os prazeres mais diversos aqui: tudo que lhe desse prazer, isso ele buscou. Além disso, ele buscou o que podia lhe produzir risos e alegria (v.2), talvez, espetáculos de humor, ouvir “os bobos da corte”, festejos, e sabe-se lá mais o que. O fato é que sua busca de alegrias e prazeres como o principal propósito da vida foi realizada com intensidade. É verdade que não sabemos quanto tempo ele viveu nessa experiência de busca desenfreada por prazer, mas uma coisa se pode ter certeza, ele atingiu o ápice […]. Mas, irmãos, a pergunta é: Será que Salomão pôde dizer aos filhos dos homens que a busca do prazer/alegria era a melhor forma deles viverem os curtos dias de sua vida de baixo do sol (conforme ele se propôs a investigar, cf. v3)? — {e aqui devo lembrar os irmãos que ele não estava vivendo feito ímpio, pois ele estava sendo governado pela sabedoria (cf. 3 e 9); é algo destacado no texto}. (voltando): Mas, Será que ele realmente encontrou nessas coisas o sentido da vida? Será que valeu a pena? Será que seu plano de provar a alegria e o prazer da vida serviu para determinar o que era realmente bom para os filhos dos homens?

Talvez muitas pessoas que conhecemos (e quem sabe até nós mesmos) tivessem uma resposta positiva para estas perguntas. Não é verdade que há momentos na vida que parece que é exatamente isso que queremos?! Quantas vezes não somos tentados a pensar que o segredo da felicidade está em viver a vida sem se preocupar com o futuro, vivendo só o momento (carpe diem). Quantas vezes não desejamos algumas gotas mais de prazer, de felicidade (ainda que seja com alguma coisa proibida); quantas vezes não desejamos os prazeres transitórios dos pecados e que, se fossemos deixados por nossa conta, estaríamos atolados nesse lamaçal (como verdadeiros hedonistas) […]. Todavia, irmão, é surpreendente a resposta que Salomão dá. Depois de mergulhar de cabeça nessa investigação e experimentar as delícias do prazer sua resposta rápida e objetiva foi: “é loucura, não serve de nada” (v.2). Sua resposta é que é sem sentido, vão; é vaidade […]. Irmãos, definitivamente, a resposta número 1 para a melhor forma de viver a vida para os filhos dos homens não é atolado no prazer. Você já imaginou por quê? Quem suportaria o riso contínuo? O prazer contínuo? Não é a vida temperada com um pouco de choro?! (Rm 12.15). Todas essas coisas enfadam depois de um tempo, irmão, inclusive o riso e o prazer. Não, definitivamente, a felicidade carnal nos prazeres do pecado NÃO são o único nem o principal propósito da vida.

Então, vamos para o próximo teste: o vinho (v.3). Podemos imaginar Salomão buscando satisfação na bebida; e, de fato, se dá ao vinho é uma boa forma de se dizer que si quer prazer, desfrute e alegria; afinal, muitos ébrios parecem viver exatamente assim: sem preocupações, felizes e a zombar dos que são ordeiros. Não é isso que vemos nos bares? Pessoas bebendo e sempre sorridentes, como se a vida fosse perfeita naquele momento?! Bem, Salomão decidiu se dá ao vinho e experimenta a insensatez e/ou loucura de uma vida regrada pelo álcool, e, assim, determinar o que era realmente bom para os filhos dos homens. {lembrar v.3 e 9}. Embora Salomão não diga explicitamente em nosso texto, ele, sem dúvida, chegou à mesma conclusão que teve em relação a alegria e aos prazeres. Ele viu que se alegrar com o vinho era tão vazio, tão sem sentido, tão mentiroso quanto qualquer outra coisa. Na verdade, ele provavelmente teve o efeito oposto do que seus olhos apontaram e, em vez de dá-lhe o prazer da vida, o vinho o fez se sentir mais perturbado e frustrado com a vida […]. Não é isso que a bebida excessiva faz? Torna os homens entorpecidos e embrutecidos; frustrados e perturbados com seus efeitos? É verdade que quando usado com moderação seu uso é elogiado nas Escrituras, p.e., no Salmo 104.15 diz que ele “alegra o coração”; além disso, na festa de casamento em Caná da Galileia, o Senhor Jesus transformou água em uma abundância de vinho (Jo 2.1-12); lembre que o vinho é um dos elementos do sacramento da Ceia (Mt 26.26-30; 1Co 11.23-25); e, que estará presente na era vindoura, onde, conforme a promessa de Cristo, haveremos de o “beber novo, no reino de Deus” (Mc 14.25). Então, lógico, o ensino da Palavra de Deus não é conta o uso do vinho, mas contra o seu uso em excesso. Agora, Salomão “SE DEU” ao vinho, ele procurou encontrar a felicidade e razão da vinda nisso e, como já mencionamos, ele se deu conta que esse não é o melhor meio de se viver a curta vida que temos debaixo do sol, nesta terra […].

Até agora, Salomão experimentou prazer, riso e vinho; mas ele ficou frustrado com os resultados. Ele ficou entediado com o puro prazer, se cansou de rir e não se impressionou com vinho. Mas, sua experiência está longe de ser concluída. Então sua busca se move em direção as coisas mais dignas. Ele se volta a relatar suas grandes obras de construção, projetos e realizações: as riquezas (cf.v.4-8). Mas, será que os grandes empreendimentos (as riquezas) escondem a verdadeira satisfação pela vida? Será que a busca de prazer com propósitos mais dignos (como as construções e empreendimentos) trará a solução para o dilema e desvendará a melhor forma dos filhos dos homens viverem sua curta vida na terra?

Salomão também teve longa experiência nisso. Dentre seus grandes empreendimentos podemos mencionar p.e., “a casa do rei” (1Rs 9.11), obra que levou 13 anos para ser concluída. Ele construí outra casa chamada de “a casa do bosque do Líbano” (1Rs 10.17) e uma casa para sua esposa, filha de Faraó. Ele construiu também 6 cidades inteiras (Hazor, Megido, Gezer, Bete-Haron, Baalate e Tadmor no deserto). Além disso, ele também se envolveu com horticultura, jardinagem e viveiro de árvores (2.5-6). E, como se isso fosse pouco, ele construiu açudes/tanques para irriga-los e mantê-los frutíferos. Além das construções e empreendimentos ele ainda teve muitas posses (1Rs 10.14-29). Os v.7-8 deixam muito claro isso: “comprei servos e servas e tive servos nascidos em casa; também possui bois e ovelhas, mais do que possuíam todos os que antes de mim viveram em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro e tesouro de reis de reis e de províncias; provi-me de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres”. É sem dúvida uma riqueza inigualável. Uma fortuna de daria inveja em qualquer rei do antigo oriente (cf. 1Rs 9.26-29). Podemos dizer que ele, de fato, possuiu tudo que seus olhos contemplaram […].

Tamanha riqueza trouxe muita fama a Salomão (cf. v.9). Ele se engrandeceu e sobrepujou todos os que o tinha antecedido em Jerusalém. Na verdade, sua grandeza correu o mundo, vindo inclusive pessoas de vários lugares para ouvirem sua sabedoria e verem suas riquezas (um exemplo disso é a rainha de Sabá, em 1Rs 10). É verdade que ele diz como seu coração se deleitou no que ele construiu, e como isso foi a recompensa por todo o seu trabalho (v.10)   Agora, será que tudo isso trouxe a satisfação e o significado que ele desejou? Será que olhando para trás, ele pode usar tudo isso e responder a pergunta que se destinou a responder? […] “Será que viver assim (buscando estas coisas e empenhando a vida nelas) é a melhor forma dos filhos dos homens viverem sua curta vida na terra? Será que a busca dessas coisas escondem a verdadeira satisfação pela vida?”. NÃO, é a resposta gritante! […] Parece estranho dizer algo assim, pois, riquezas, fama, mulheres e uma multidão à sua volta lhe servindo, parece ser a vida feliz que todo homem desejaria ter, não é verdade? Aqui parece de fato que Salomão tinha chegado a uma boa razão para a vida, mas não; Ele olhou tudo isso e disse: “É verdade que essas coisas me alegravam; elas trouxeram certa recompensa à minha fadiga, meu esforço e labuta para conquista-las; mas era só isso que elas me davam, ‘isso era a recompensa de todas elas’, só, mas, quando examinava essas coisas em relação à satisfação da vida, em ralação ao que é a melhor forma dos filhos dos homens viverem sua vida, a resposta é uma só: TUDO é vão, sem sentido. Elas deixam o coração pesado, e a alma fria e vazia” – é uma verdadeira vaidade. É uma resposta quase brutal! Para usar as palavras de nosso texto: “eis que tudo é vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol” (v.11). Quem sabe não foi por ter ciência desta conclusão que ele escreveu (Pv 14.13): “Até no riso tem dor o coração e o fim da alegria é tristeza”?! […].

Irmãos, poucos, se é que existe alguém (inclusive em nossos dias), podem se igualar a Salomão em suas posses, em seus projetos de construção, ou nas outras coisas que possuiu e vivenciou. Se existiu alguém que soube o que é prazeres, alegria, riquezas e fama, esse alguém foi Salomão. Ele viveu tudo, tudo que a maioria das pessoas deste mundo quer (e correm atrás), e um pouco mais; ele viveu a vida dos “sonhos” (e se formos sinceros, quem não desejaria, pelo menos um dia viver a vida de Salomão?!). Mas, irmãos, todo seu empenho foi como correr atrás do vento, foi sua conclusão. O “bem” e o “proveito” que qualquer parte deste mundo tem a oferecer é este: tudo é vão, não significa nada; é como o sopro do vento. A satisfação que ele tentou obter não passava de ilusão momentânea, uma satisfação temporária […].

Essa passagem traz uma verdade dura para todos os homens; digo isto, pois, somos ensinados desde cedo que não há vida sem estas coisas (prazer, riqueza e fama); mas Salomão nos mostra, nos prova que estas coisas não trazem a satisfação que precisamos para desfrutarmos o que seja realmente a vida; Ele destrói os mitos pregados nesse mundo; ele mostra que aquilo que achamos bom, agradável, divertido, e até excitante e estimulante, é eco, vazio, sem sentido. O verdadeiro valor da vida e seu propósito não estão nessas coisas […] Se o valor da vida é isso, então, não há verdadeira vida, alegria, prazer para os homens debaixo do sol em suas realizações e buscas pessoais (e olhe que Salomão chegou onde nunca podemos ou pensamos em chegar) […]. De fato, esse é um texto que tira o nosso tapete; ele tira o chão de debaixo de nossos pés; ele tira qualquer esperança que tenhamos nas coisas deste mundo […]. Então é isso?! Nossa vida aqui vai ser sempre assim, frustrante, sem termos um verdadeiro sentido? Estamos submetidos a uma vida frustrante e desesperante durante todos os nossos dias? Não existe uma razão verdadeira para vida dos homens debaixo do sol? Não existe uma resposta satisfatória para a pergunta feita no v.3 do capítulo 1: “Que proveito tem o homem de todo seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” ou à investigação do capítulo 2, v.3: “o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias de sua vida”? A vida é assim mesmo, sem esperança? […]

Não irmãos! Existe esperança. Vamos recapitular e refletir sobre algo.

Vocês lembram que no início eu falei sobre estarmos destinados a um ciclo de vida e morte depois do pecado?! Certo. Depois da Queda de nossos primeiros pais esta tem sido a realidade de todos os homens: nascer e morrer. Sua vida é uma verdadeira vaidade, um sopro; passa voando. Somos como a erva do campo que surge hoje, e amanhã já está murcha (Sl 90). Bem, isso por si só já é algo desesperador; mas, lembrem que é nesse contexto que Salomão está fazendo sua investigação: ele está buscando mostrar que nas coisas desta vida rápida que temos debaixo do sol (nesse mundo caído), esta é a realidade dominante: não existe felicidade permanente; pode existir e, de fato existe, momento de felicidade, mas, são momentos insignificantes em relação a toda nossa vida; não existe nada que se possa dizer: “Ah sim, isso é bom; encontrei nisso a verdadeira razão e objetivo da vida, encontrei a verdadeira satisfação de viver!”. […] Agora, você não pode esquecer que ele está fazendo sua investigação/busca como alguém que vive debaixo do sol, afinal, ele é um homem. Mas, devemos lembrar que está transmitindo a verdade que experimentou sob a inspiração do Espírito Santo, de modo que, Deus está usando suas experiências e buscas pelo verdadeiro sentido da vida, para nos instruir que neste mundo debaixo da maldição do pecado, neste mundo debaixo do sol, não poderemos encontrar o que procuramos (o que Salomão procurou). Aqui o que perdura é nascer e morrer e, entre essas realidades, alguns momentos alegres não duradouros. É como se a vida aqui fosse uma caixa fechada onde tudo se finaliza de modo tão desprovido de razão e prazer.

Irmãos, com essa realidade o Senhor quer nos instruir a olharmos para o que está acima do sol para encontrarmos a verdadeira razão para a vida. Ele quer nos instruir que o propósito da vida não pode ser encontrado em nenhuma das coisas “boas” neste mundo. Todas as coisas que chamamos de “bens” da vida: a saúde, a riqueza, as posses, os prazeres sexuais, as posições, as honras e prestígios, todas essas coisas são a causa de frustações e geram infindáveis desapontamentos (são coisas boas em si, mas, nelas mesmas, insuficientes para preencher nossos anseios nesta vida). Mas, acima do sol existe esperança! Sim, irmão, em cima do sol, no céu, existe esperança, pois lá está o Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é aquele mesmo que desceu até abaixo do Sol para nos trazer esperança. Ele veio ao nosso mundo sem esperanças para, por meio de sua morte e ressurreição nos tirar do cativeiro da corrupção, da vaidade desta vida. Ele veio para nos ensinar que o que realmente precisamos para termos verdadeiro sentido na vida não pode ser encontrado aqui, pois, se encontrar somente nEle. […] nEle, irmãos, podemos encontrar verdadeira satisfação, significado e propósito de nossa vida. 

Quando você for tentado a buscar nas coisas deste mundo o sentido de sua vida, lembre-se de Jesus Cristo. Lembre-se de como Ele foi tentado por todos os prazeres da vida que Salomão amostrou.   Lembre-se de como o próprio Satanás O tentou no deserto quando lhe ofereceu os prazeres deste mundo (suas glórias; e também com as coisas básicas e/ou necessárias, Mt 4). Jesus tinha mais direito do que Salomão para viver em glórias e luxo e fama (por assim dizer).   Se alguém merecia se entregar a todos os prazeres desta vida, era Jesus afinal de contas, Ele era/é o Rei da Criação; O Senhor do céu e da terra.   No entanto, irmãos, por causa da nossa salvação, Jesus resistiu aos prazeres desta vida e, em vez disso, se entregou a uma vida de abnegação e auto sacrifício. Ele percorreu o caminho do sofrimento por nós, obedecendo plenamente à lei de Deus; E morreu uma morte amaldiçoada no calvário da cruz. Mas agora, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo está sentado à mão direita do Pai; Sua obra salvífica é realizada, e Ele vem a nós nesta vida e diz: “em mim você encontrará a satisfação e alegria e prazer de sua alma”.

Portanto, meus irmãos, não vamos amar o mundo ou viver para seus prazeres. Vamos usar os dons que Deus nos deu com moderação; com gratidão e para Sua glória.   Não vamos fazer das coisas passageiras desta vida nosso poço de satisfação e alegria. Não. Em vez disso, vamos lembrar que nosso Deus, do céu, enviou Seu Filho para este mundo, para ser nosso Salvador. Somente nEle encontraremos tudo que precisamos para nosso corpo e nossa alma. Lembre-se que foi para nos dá a verdadeira satisfação e sentido da vida que veio aqui ao nosso mundo caído trazendo libertação deste cativeiro de corrupção em que por natureza estaríamos atolados. Agora, todos que confiam nEle têm esperança e desfrutam da verdadeira alegria (eterna) que já está presente em seus corações pelo Espírito que neles habita. […] Então, para a investigação sobre “o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias de sua vida” (v.3) a resposta é: “Olhe para cima, para além de você, olhe para Cristo, o bendito Filho de Deus que desceu de cima do céu para lhe dá Salvação, para lhe libertar do cativeiro da vaidade que governa este mundo caído debaixo do sol. Sirva a Ele, ame-O, tema-O; seja Ele a fonte de tua vida e de tua alegria”.

Amém.